terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Os efeitos devastadores da morte



É possível entendermos por que
MORREMOS?
Os efeitos devastadores da morte



“CRIANÇA DE SEIS ANOS SE SUICIDA”. Essa chocante manchete referia-se à morte trágica de uma menina chamada Jackie. Sua mãe tinha falecido havia pouco tempo de uma doença terminal. Antes de se jogar na frente de um trem, Jackie disse a seus irmãos que queria ‘tornar-se um anjo e estar com a mãe’.

Ian tinha 18 anos quando implorou a um sacerdote que lhe explicasse por que seu pai havia morrido de câncer. Visto que o pai de Ian era um ‘homem bom’, disse o sacerdote, ‘Deus o queria no céu’. Depois dessa explicação, Ian decidiu que não desejava conhecer esse Deus cruel. Visto que a vida parecia ser tão sem sentido, ele decidiu levar uma vida de prazeres. Para isso, recorreu ao álcool, às drogas e à imoralidade. Sua vida estava fugindo ao controle. 


“Os viventes estão cônscios de que morrerão”

Esses dois casos lamentáveis ilustram como a morte pode devastar a vida das pessoas, em especial se for repentina. Com certeza, todos se dão conta do seguinte fato, declarado na Bíblia: “Os viventes estão cônscios de que morrerão.” (Eclesiastes 9:5) Mas muitos preferem ignorar essa dura realidade. E você? A vida exige tanto de nosso tempo e atenção que talvez nem pensemos na aparentemente distante perspectiva da morte.

“A maioria das pessoas teme a morte e evita pensar nela”, diz a enciclopédia World Book. No entanto, um acidente grave ou uma doença séria pode subitamente nos obrigar a encará-la. Ou talvez o enterro de um amigo ou parente nos faça pensar no triste fim que aguarda toda a humanidade. 




Mesmo assim, como dizem muitos enlutados nos funerais, “a vida continua”. De fato continua. E parece que a vida passa tão depressa que logo é preciso encarar os problemas da idade avançada. Nesse ponto, a morte não é mais aquela perspectiva remota. Há muitos funerais para assistir e muitas perdas de velhos amigos. Muitos idosos se fazem a perturbadora pergunta: “Quando será a minha vez?” 


A grande interrogação

Embora ninguém negue a certeza da morte, o que acontece depois dela pode ser um grande ponto de interrogação. Por causa das muitas explicações contraditórias, os cépticos talvez encarem o assunto como debate inútil sobre o desconhecido. A pessoa pragmática talvez conclua que, visto que “a vida é uma só”, deve-se aproveitar bem as boas coisas que ela oferece.

Outros, porém, não acreditam que a morte seja o fim de tudo. No entanto, não têm idéia clara do que vem depois. Alguns acham que a vida continua num lugar de felicidade eterna, ao passo que outros pensam que viverão de novo em algum tempo futuro, talvez como pessoa diferente.

Parentes enlutados invariavelmente se perguntam: “Onde estão os mortos?” Alguns anos atrás, um time de futebol americano viajava num microônibus para um jogo quando, de repente, um caminhão se chocou com o veículo deles, que capotou fora da estrada. Cinco membros do time morreram. Desde a morte do filho nesse acidente, a vida de certa mãe praticamente acabou. Ela sempre se pergunta onde está seu filho. Visita regularmente o túmulo do rapaz e fala com ele em voz alta durante horas. “Não posso acreditar que não exista nada depois da morte”, lamenta, “mas não tenho certeza”.

Obviamente, a nossa atitude para com a morte pode afetar nossa vida. Em vista das reações das pessoas diante da tragédia da morte, como você responderia a perguntas como estas: Será que não devemos nem pensar na morte, concentrando-nos apenas em viver? Deve-se permitir que a ameaçadora realidade da morte estrague a nossa vida? Será que um parente enlutado precisa ficar eternamente se perguntando onde está seu ente querido? A morte tem de continuar sendo um enigma?


“A morte foi tragada para sempre”

IMAGINE ver a manchete acima no jornal, em vez de ler sobre uma garotinha que tirou a própria vida. Naturalmente, nenhum jornal até hoje pôde publicar uma manchete assim. Mas as palavras acima de fato aparecem num livro que já tem milhares de anos — a Bíblia.

As Escrituras explicam claramente o que é a morte. Não revelam apenas por que morremos. Explicam também qual é a condição dos mortos e dão esperança para os nossos entes queridos falecidos. Por fim, fala de um momentoso dia em que será possível anunciar: “A morte foi tragada para sempre.” — 1 Coríntios 15:54.

A Bíblia não usa termos misteriosos para explicar o que é a morte, mas sim palavras simples. Por exemplo, muitas vezes ela compara a morte a ‘adormecer’, e diz que os mortos estão “dormindo na morte”. (Salmo 13:3; 1 Tessalonicenses 4:13; João 11:11-14) A morte é também identificada como ‘inimiga’. (1 Coríntios 15:26) O mais importante é que a Bíblia nos ajuda a entender por que a morte é comparável ao sono, por que ela aflige a humanidade e como essa inimiga finalmente será vencida. 


Por que morremos?

O primeiro livro da Bíblia relata como Deus fez o primeiro homem, Adão, e colocou-o num ambiente paradisíaco. (Gênesis 2:7, 15) No início de sua vida, Adão recebeu designações de trabalho, junto com uma estrita proibição. A respeito de certa árvore no jardim do Éden, Deus lhe disse: “Não deves comer dela, porque no dia em que dela comeres, positivamente morrerás.”* (Gênesis 2:17) Assim, Adão entendeu que a morte não era inevitável. Seria uma conseqüência direta da desobediência à uma lei divina.


A desobediência de Adão e Eva resultou na morte


Tragicamente, Adão e sua esposa, Eva, desobedeceram. Eles preferiram desprezar a vontade do Criador e sofreram as conseqüências. “Tu és pó e ao pó voltarás”, disse Deus ao anunciar os resultados do pecado deles. (Gênesis 3:19) Eles se tornaram seriamente falhos — imperfeitos. A sua imperfeição, ou condição de pecadores, os levaria à morte.

Essa falha — o pecado — foi passada também para os descendentes de Adão e Eva, a inteira raça humana. Em certo sentido, era como uma doença hereditária. Adão não só perdeu a oportunidade de viver sem a maldição da morte como também transmitiu a imperfeição aos seus descendentes. A família humana foi feita cativa do pecado. A Bíblia diz: “É por isso que, assim como por intermédio de um só homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado.” — Romanos 5:12. 


“Entrou o pecado no mundo”

Essa falha hereditária, ou pecado, não pode ser vista através de um microscópio. “Pecado” refere-se a uma deficiência moral e espiritual que nos foi transmitida pelos nossos primeiros pais, e com conseqüências físicas. Mas a Bíblia revela que Deus providenciou uma solução. O apóstolo Paulo explica: “O salário pago pelo pecado é a morte, mas o dom dado por Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6:23) Na sua primeira carta aos coríntios, Paulo incluiu uma certeza que era muito significativa para ele: “Assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados.” — 1 Coríntios 15:22.

Obviamente, Jesus Cristo desempenha um papel-chave na eliminação do pecado e da morte. Ele disse que veio à Terra para “dar a sua alma como resgate em troca de muitos”. (Mateus 20:28) A situação é comparável a um seqüestro, em que a libertação do refém só pode ser conseguida por meio de um pagamento específico. Nesse caso, o resgate que pode nos libertar do pecado e da morte é a vida humana perfeita de Jesus.# — Atos 10:39-43.

Para prover o resgate, Deus enviou Jesus à Terra para dar a sua vida em sacrifício. “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, a fim de que todo aquele que nele exercer fé . . . tenha vida eterna.” (João 3:16) Antes de sofrer uma morte sacrificial, Cristo ‘deu testemunho da verdade’. (João 18:37) E durante seu ministério público, ele aproveitou certos acontecimentos para revelar a verdade sobre a morte. 


‘A menina está dormindo’

Jesus conhecia os efeitos da morte quando esteve na Terra. Ele sentiu a dor de perder pessoas que lhe eram achegadas e tinha pleno conhecimento de que ele mesmo teria uma morte prematura. (Mateus 17:22, 23) Lázaro, amigo íntimo de Jesus, faleceu aparentemente alguns meses antes de Jesus ser executado. Esse acontecimento nos ajuda a compreender qual era o conceito de Jesus a respeito da morte.

Pouco depois que soube da morte de Lázaro, Jesus disse: “Lázaro, nosso amigo, foi descansar, mas eu viajo para lá para o despertar do sono.” Os discípulos pensavam que, se Lázaro estivesse apenas descansando, ele melhoraria. De modo que Jesus disse sem rodeios: “Lázaro morreu.” (João 11:11-14) Obviamente, Jesus sabia que a morte é comparável ao sono. Ao passo que pode ser difícil para nós compreender o que é a morte, sabemos o que é o sono. Durante uma boa noite de descanso, nós não nos apercebemos da passagem do tempo e do que acontece ao nosso redor porque estamos temporariamente inconscientes. É exatamente assim que a Bíblia explica a condição dos mortos. Eclesiastes 9:5 diz: ‘Os mortos não estão cônscios de absolutamente nada.’


Jesus pegou na mão da menina morta e ela ressuscitou


Outro motivo pelo qual Jesus comparou a morte ao sono é que as pessoas podem ser “acordadas” da morte, graças ao poder de Deus. Certa ocasião, Jesus visitou uma família muito abalada com a morte de uma filha. “A menina não morreu, mas está dormindo”, disse Jesus. Daí ele pegou na mão da garota falecida e ela “se levantou”. Em outras palavras, ela foi ressuscitada. — Mateus 9:24, 25.

Jesus também ressuscitou seu amigo Lázaro. Mas, antes de realizar esse milagre, ele consolou Marta, irmã de Lázaro, dizendo: “Teu irmão se levantará.” Ela respondeu, confiantemente: “Sei que ele se levantará na ressurreição, no último dia.” (João 11:23, 24) É evidente que ela acreditava que todos os servos de Deus seriam ressuscitados algum dia no futuro.

O que exatamente significa a ressurreição? A palavra grega para “ressurreição” (anástasis) literalmente quer dizer “levantar-se”. Significa levantar-se dentre os mortos. Isso pode parecer incrível para alguns, no entanto, depois de dizer que os mortos ouviriam a sua voz, Jesus disse: “Não vos maravilheis disso.” (João 5:28) As ressurreições que o próprio Jesus realizou na Terra nos dão confiança na promessa da Bíblia de que os mortos na memória de Deus acordarão de seu longo “sono”. Revelação (Apocalipse) 20:13 profetiza: “O mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades [sepultura comum da humanidade] entregaram os mortos neles.”

Será que esses mortos serão ressuscitados apenas para envelhecer e morrer de novo, como no caso de Lázaro? Esse não é o propósito de Deus. A Bíblia nos garante que chegará o tempo em que “não haverá mais morte”, de modo que ninguém mais ficará velho e depois morrerá. — Revelação 21:4.

A morte é uma inimiga. A raça humana tem muitos outros inimigos, como as doenças e a velhice, que também causam muito sofrimento. Deus promete acabar com tudo isso e, por fim, com o maior inimigo da humanidade. “Como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada.” — 1 Coríntios 15:26.

Quando essa promessa se cumprir, os humanos terão uma vida perfeita, não prejudicada pelo pecado e pela morte. Enquanto isso, é consolador saber que os nossos entes queridos falecidos estão descansando e, se estiverem na memória de Deus, serão ressuscitados quando ele assim o determinar. 


Entender o que é a morte dá sentido à vida

Entender bem o que é a morte e a esperança para os mortos pode mudar a forma como encaramos a vida. Ian, mencionado no artigo anterior, tinha 20 e poucos anos quando aprendeu a explicação da Bíblia a respeito da morte. “Eu sempre tive uma vaga esperança de que meu pai estivesse em algum lugar”, diz ele. “Assim, quando aprendi que ele estava simplesmente dormindo na morte, fiquei um pouco decepcionado.” Mas, quando Ian leu a promessa divina de ressuscitar os mortos, ficou muitíssimo feliz de saber que poderia um dia reencontrar seu pai. “Pela primeira vez na vida senti-me em paz”, lembra-se. Saber ao certo o que é a morte lhe trouxe paz mental que acalmou seu espírito.

Clive e Brenda perderam seu filho de 21 anos, Steven, no acidente fatal mencionado no artigo anterior. Embora soubessem o que a Bíblia diz a respeito da morte, ainda assim estavam muito tristes com essa perda repentina. Afinal, a morte é inimiga, e sua aguilhoada é muito dolorosa. Mas o conhecimento bíblico que obtiveram a respeito da condição dos mortos aos poucos ajudou o casal a aliviar a sua dor. Brenda diz: “Sabermos o que é a morte nos deu condições de reestruturar a nossa vida e seguir em frente. Mas é claro que não passa um dia sem pensarmos no tempo em que Steven será acordado de seu sono profundo.” 


“Morte, onde está o teu aguilhão?”

Obviamente, saber qual é a condição dos mortos pode nos ajudar a ter um conceito equilibrado a respeito da vida. A morte não precisa ser um enigma. Podemos desfrutar a vida sem um temor mórbido dessa inimiga. E entender que a morte não extingue necessariamente a vida para sempre evita a busca frenética de prazeres por achar que “a vida é muito curta”. Saber que os nossos entes queridos falecidos que estão na memória de Deus dormem na morte, e aguardam a ressurreição, pode nos consolar e reacender nosso interesse pela vida.

Realmente, podemos aguardar com confiança o dia em que Jeová Deus, o Dador da vida, vai extinguir a morte para sempre. Que bênção será quando tivermos razão em perguntar: “Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está o teu aguilhão?” — 1 Coríntios 15:55.



* Essa é a primeira referência da Bíblia à morte.

# O preço do resgate foi uma vida humana perfeita, pois foi isso o que Adão havia perdido. O pecado contaminou todos os humanos, de modo que nenhum humano imperfeito poderia servir de resgate. Assim, Deus enviou seu Filho do céu à Terra com esse objetivo. (Salmo 49:7-9) Para mais informações sobre esse assunto, veja o capítulo 7 do livro Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna, publicado pelas Testemunhas de Jeová.


http://www.watchtower.org/t

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