terça-feira, 8 de março de 2011

Milagres fato ou ficção?

Deve crer em milagres? 
 


Milagres
fato ou ficção?


A ATENÇÃO de certo homem foi logo atraída por um adesivo no pára-choque de um carro que dizia: “Milagres Acontecem — Pergunte aos Anjos.” Embora ele fosse religioso, ficou na dúvida sobre o que aquilo queria dizer. Será que o adesivo indicava que o motorista acreditava em milagres? Ou era um comentário sarcástico para indicar que não acreditava nem em milagres nem em anjos?

Talvez lhe interesse saber o que o autor alemão Manfred Barthel observou: “Milagre é uma palavra que logo divide os leitores em dois campos opostos.” Os que acreditam em milagres estão convencidos de que eles não apenas acontecem, mas acontecem com freqüência.* Por exemplo, relata-se que na Grécia durante os últimos anos, muitos alegam que milagres acontecem, em média, uma vez por mês. Isso levou certo bispo da Igreja Ortodoxa Grega a advertir: “Os que acreditam em milagres têm a tendência de atribuir a Deus, a Maria e aos santos características humanas. Tais devotos não deveriam exagerar nessa questão.”

Em alguns países não é muito comum acreditar em milagres. Segundo certa pesquisa realizada na Alemanha em 2002, 71 % dos cidadãos consideravam os milagres como ficção, não como fato. Menos de um terço acreditava em milagres e, entre esses, havia três mulheres que afirmavam ter recebido uma mensagem da Virgem Maria. Poucos meses depois de Maria ter supostamente aparecido a elas — acompanhada de anjos e uma pomba — o jornal alemão Westfalenpost informou: “Até agora, cerca de 50 mil peregrinos em busca de cura, bem como curiosos, têm mostrado interesse especial nas visões dessas mulheres.” E mais 10 mil são esperados no povoado na expectativa de outras aparições. Dizem que a Virgem Maria apareceu também em Lourdes, França, em 1858 e em Fátima, Portugal, em 1917. 


Que dizer das religiões não-cristãs

A crença em milagres é encontrada em quase todas as religiões. The Encyclopedia of Religion (Enciclopédia da Religião) explica que os fundadores do budismo, do cristianismo e do islamismo tinham conceitos diferentes sobre milagres, mas observa: “A história posterior dessas religiões demonstra, sem sombra de dúvidas, que milagres e relatos sobre milagres têm sido parte integrante na vida religiosa do homem.” Essa obra de referência diz que “o próprio Buda algumas vezes realizou milagres”. Mais tarde, quando “o budismo foi levado para a China, seus missionários muitas vezes demonstraram poderes milagrosos”.

Depois de se referir a esses supostos milagres, essa enciclopédia conclui: “Nem todos estão preparados para aceitar todas essas histórias sobre milagres contadas por biógrafos religiosos mas, sem dúvida, elas foram criadas com a boa intenção de glorificar o Buda, que foi capaz de dotar seus zelosos seguidores desses poderes milagrosos.” A mesma fonte diz sobre o islamismo: “A maior parte da comunidade islâmica nunca deixou de esperar milagres. Maomé é apresentado nas tradições (hadīths) como alguém que realizou milagres em público em muitas ocasiões. . . . Acredita-se que mesmo depois que os santos morrem, realizam milagres na própria sepultura em favor dos fiéis, e muitos invocam com fé a intercessão deles.”


Que dizer dos milagres no cristianismo?

Muitos dos que defendem o cristianismo estão divididos em suas opiniões. Alguns aceitam como fatos os relatos bíblicos sobre os milagres realizados por Jesus ou pelos servos de Deus dos tempos pré-cristãos. No entanto, muitos concordam com o Reformador protestante Martinho Lutero. Sobre ele, The Encyclopedia of Religion diz: “Tanto Lutero como Calvino escreveram que a era dos milagres findou e, por isso, as pessoas não deviam mais esperar que eles ocorressem.” A Igreja Católica sustentou sua crença em milagres “sem tentar explicar como eles aconteceram”, diz essa obra de referência. Contudo, “a comunidade protestante acadêmica chegou à conclusão de que a prática do cristianismo era, principalmente, uma questão de moralidade, e que nem Deus nem o mundo espiritual se comunicavam ou influenciavam de forma 

significativa o dia-a-dia do ser humano”.



Outros professos cristãos, incluindo alguns clérigos, duvidam que os milagres mencionados na Bíblia tenham sido reais. Por exemplo, tome o caso do espinheiro ardente, mencionado na Bíblia em Êxodo 3:1-5. O livro What the Bible Really Says (O Que a Bíblia Realmente Diz) explica que vários teólogos alemães não acham que o relato seja de um milagre literal. Em vez disso, eles o interpretam como “um símbolo da luta interior de Moisés contra sentimentos de remorso e intensa dor de consciência”. O livro ainda diz: “As chamas também podem ser vistas como sendo flores que desabrocham repentinamente diante da luz da presença divina, comparada ao Sol.”

Talvez essa explicação não o satisfaça. Então, em que deveria acreditar? Será que é realístico acreditar que os milagres realmente aconteceram? E que dizer dos milagres atuais? Visto que não podemos perguntar aos anjos, a quem podemos perguntar?


O conceito da Bíblia

Ninguém pode negar que a Bíblia relata que, no passado, Deus realizou atos humanamente impossíveis. Lemos sobre ele: “Passaste a tirar teu povo Israel da terra do Egito, com sinais e com milagres, e com mão forte e com braço estendido, e com coisa muito espantosa.” ( Jeremias 32:21) Imagine, a nação mais poderosa daquele tempo foi humilhada por meio de dez pragas enviadas por Deus, o que incluiu a morte do primogênito da nação. Realmente, foram milagres! — Êxodo, capítulos 7 a 14.

Séculos mais tarde, os escritores dos quatro evangelhos descreveram cerca de 35 milagres realizados por Jesus. De fato, tais narrativas sugerem que ele tenha realizado muito mais milagres do que os que foram mencionados. São esses relatos fatos ou ficção?# — Mateus 9:35; Lucas 9:11.

Se a Bíblia é o que ela afirma ser — a Palavra de Deus — então você tem um forte motivo para acreditar nos milagres registrados nela. A Bíblia é clara ao mencionar que no passado ocorreram milagres — curas, ressurreições e coisas assim. Mas ela também é clara em dizer que esses milagres não ocorrem mais. (Veja o quadro “Por que alguns milagres não ocorrem mais”.) Sendo assim, será que os que acreditam na Bíblia não acreditam que hoje em dia ocorram milagres? O próximo artigo responderá isso.

* A palavra “milagre”, usada neste artigo, é definida da seguinte forma por um dicionário bíblico: “Efeitos no mundo físico, que ultrapassam todos os poderes humanos ou naturais conhecidos, e que, portanto, são atribuídos a uma causa sobrenatural.”

# Você poderá analisar as evidências de que a Bíblia é digna de crédito, lendo o livro A Bíblia — Palavra de Deus ou de Homem?, publicado pelas Testemunhas de Jeová.




POR QUE ALGUNS MILAGRES NÃO OCORREM MAIS


A Bíblia menciona diversos tipos de milagres. (Êxodo 7:19-21; 1 Reis 17:1-7; 18:22-38; 2 Reis 5:1-14; Mateus 8:24-27; Lucas 17:11-19; João 2:1-11; 9:1-7) Muitos desses milagres serviram para identificar Jesus como o Messias e provar que ele tinha o apoio de Deus. Os primeiros seguidores de Jesus mostraram dons milagrosos, como falar em línguas e discernir expressões inspiradas. (Atos 2:5-12; 1 Coríntios 12:28-31) No início da congregação cristã, esses dons milagrosos foram úteis. Em que sentido?

Acontece que existiam poucas cópias das Escrituras. Geralmente, apenas os ricos possuíam rolos ou livros. Em terras pagãs não havia nenhum conhecimento sobre a Bíblia ou seu Autor, Jeová. O ensino cristão era transmitido oralmente. O objetivo dos dons milagrosos era mostrar que Deus estava usando a congregação cristã.

Mas Paulo explicou que esses dons cessariam quando não fossem mais necessários. “Quer haja dons de profetizar, serão eliminados; quer haja línguas, cessarão; quer haja conhecimento, será eliminado. Pois temos conhecimento parcial e profetizamos parcialmente; mas, quando chegar o que é completo, será eliminado o que é parcial.” — 1 Coríntios 13:8-10.

Hoje, as pessoas têm acesso a várias traduções da Bíblia, bem como a concordâncias e enciclopédias. Mais de 6 milhões de cristãos habilitados estão ajudando outros a obter conhecimento de Deus baseado na Bíblia. De modo que os milagres não são mais necessários para confirmar que Jesus Cristo é o Libertador designado de Deus ou para fornecer provas de que Jeová está apoiando os seus servos. 


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Deve crer em milagres? 

 


Milagres
que você já viu



A PALAVRA “milagre” tem o sentido adicional de “feito ou ocorrência extraordinária ou incomum”. Todos nós já vimos esse tipo de milagre, que não envolve a intervenção de Deus.

Os humanos, por terem obtido cada vez mais conhecimento das leis físicas da natureza, conseguiram realizar o que anteriormente era considerado impossível. Por exemplo, cem anos atrás a maioria das pessoas provavelmente achava impossível o que agora os computadores, a televisão, a tecnologia espacial e desenvolvimentos similares tornaram comuns.

Reconhecendo que têm apenas um conhecimento parcial das maravilhas científicas das criações de Deus, alguns cientistas admitem que não podem mais afirmar com certeza que algo seja impossível. Quando muito, estão dispostos a dizer que algo seja improvável. Deixam assim o caminho aberto para futuros “milagres”.


O corpo humano é uma criação maravilhosa


Mesmo se usarmos apenas o sentido básico de “milagre”, referindo-se assim a acontecimentos “atribuídos a causa sobrenatural”, podemos dizer que cada um de nós já viu milagres. Por exemplo, notamos o Sol, a Lua e as estrelas — todos produto de uma “causa sobrenatural”, o próprio Criador. Além disso, quem pode explicar em detalhes como funciona o nosso corpo e cérebro ou como se desenvolve o embrião humano? O livro The Body Machine (A Máquina do Corpo) destaca: “O organismo humano, controlado e coordenado pelo sistema nervoso central, é um aparelho sensorial sofisticado, um mecanismo auto-ajustável, um computador que se reproduz — uma criação maravilhosa e, em muitos sentidos, misteriosa.” Quando Deus criou “o organismo humano”, na verdade realizou um milagre, que continua a nos maravilhar. Há também outros tipos de milagres que você já viu, embora talvez nem tenha se dado conta disso. 


Pode um livro ser um milagre?

Nenhum livro tem tanta circulação como a Bíblia. Consegue ver nisso um milagre? Podemos atribuir sua existência a uma “causa sobrenatural”? É verdade que a Bíblia é um livro escrito por humanos, mas eles declararam que expressaram os pensamentos de Deus, não os seus próprios. (2 Samuel 23:1, 2; 2 Pedro 1:20, 21) Pense nisso. Foram cerca de 40 pessoas, que viveram num período de 1.600 anos, e que tinham formações diferentes, tais como pastores, militares, pescadores, funcionários públicos, médicos, sacerdotes e reis. No entanto, foram capazes de transmitir uma mensagem unificada de esperança confiável e exata.

Com base num estudo cuidadoso, as Testemunhas de Jeová aceitam a Bíblia, “não como a palavra de homens, mas, pelo que verazmente é, como a palavra de Deus”, conforme o apóstolo Paulo escreveu. (1 Tessalonicenses 2:13) No decorrer dos anos, suas publicações têm explicado como aparentes contradições na Bíblia podem ser harmonizadas com sua mensagem geral. Essa harmonia interna é por si só prova da autoria divina.*


Nenhum outro livro sofreu tantas tentativas de destruição como a Bíblia. No entanto, ela ainda existe e, pelo menos em parte, em mais de 2 mil idiomas. Sua preservação física como livro e a preservação da integridade de seu texto mostram a intervenção de Deus. Realmente, a Bíblia é um milagre!
Um milagre que ‘é vivo e exerce poder’

Os milagres do passado — curas e ressurreições — não ocorrem mais. Mas temos motivos para confiar que no iminente novo mundo de Deus, esses milagres ocorrerão de novo, dessa vez em escala global. Esses milagres trarão alívio permanente e estarão além de nossa capacidade atual de compreensão.

A Bíblia, que sobreviveu milagrosamente até os nossos dias, mesmo hoje pode realizar o que é equivalente a milagres, por motivar pessoas a mudar sua personalidade para melhor. (Veja um exemplo no quadro “O poder da Palavra de Deus”.) Hebreus 4:12 declara: “A palavra de Deus é viva e exerce poder, e é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e da sua medula, e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração.” Sim, a Bíblia tem sido útil em transformar a vida de mais de 6 milhões de pessoas em todo o globo, dando-lhes um objetivo na vida e oferecendo-lhes uma maravilhosa esperança para o futuro.

Por que não deixa a Bíblia realizar um milagre em sua vida?

* Se desejar pesquisar mais sobre essas aparentes contradições e ver como se harmonizam com o restante do texto bíblico, poderá analisar os muitos exemplos considerados no capítulo 7 do livro A Bíblia — Palavra de Deus ou de Homem?, publicado pelas Testemunhas de Jeová.




MORTO OU VIVO?


De acordo com João 19:33, 34, Jesus já estava morto quando “um dos soldados furou-lhe o lado com uma lança, e saiu imediatamente sangue e água”. No entanto, Mateus 27:49, 50, indica que Jesus ainda estava vivo quando isso aconteceu. Por que essas
informações diferem uma da outra?


 

A Lei mosaica proibia deixar um criminoso pendurado a noite toda numa estaca de execução. (Deuteronômio 21:22, 23) Portanto, nos dias de Jesus, se um criminoso pendurado numa estaca ainda estivesse vivo no fim do dia, era costume quebrar-lhe as pernas, acelerando assim a morte. Ele não conseguiria mais manter-se ereto para respirar direito. Os soldados quebraram as pernas dos dois malfeitores pendurados ao lado de Jesus, mas não quebraram as dele. Isso indica que os soldados acharam que Jesus já estava morto. O soldado perfurou-lhe o lado, possivelmente para certificar-se de que ele estava morto e para eliminar qualquer chance de alguém fazê-lo reviver, fato que poderia ser proclamado erroneamente como ressurreição.

O texto de Mateus 27:49, 50 dá uma seqüência diferente de acontecimentos. Ele diz: “Outro homem tomou uma lança e furou-lhe o lado, e saiu sangue e água. Novamente, Jesus clamou com alta voz e entregou o seu espírito.” No entanto, a sentença em itálico não aparece em todos os manuscritos antigos da Bíblia. Muitos peritos acreditam que ela foi copiada posteriormente do Evangelho de João, mas colocada no lugar errado. De modo que muitas traduções colocam a sentença entre colchetes ou parênteses, apresentam uma explicação na nota de rodapé ou então omitem a sentença.

O texto-padrão de Westcott e Hort, usado amplamente como base para a Tradução do Novo Mundo, coloca a sentença em colchetes duplos. E observa que a sentença “muito provavelmente foi introduzida por escribas”.

Portanto, a evidência que fala mais alto é a de que João 19:33, 34 é real e que Jesus já estava morto quando o soldado romano furou-lhe com a lança. 



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Deve crer em milagres?

Deve crer em milagres?

O poder da Palavra de Deus


Detlef, adolescente e vítima de um lar desfeito, aos poucos foi levado para o mundo das drogas, das bebidas alcoólicas e do heavy metal.* Ele passou a fazer parte do grupo chamado skinhead, e seu comportamento violento logo lhe causou dificuldades com a polícia.

Em 1992, 60 skinheads envolveram-se numa briga feia com cerca de 35 punkers num bar no nordeste da Alemanha. Thomas, um dos punkers, foi tão espancado que morreu devido aos ferimentos. Vários líderes das duas gangues, inclusive Detlef, foram sentenciados à prisão, após um julgamento que recebeu ampla cobertura da mídia.

Pouco depois de Detlef ser solto da prisão, as Testemunhas de Jeová entregaram-lhe um panfleto, que tinha o tema: “Por que a vida é tão cheia de problemas?”. Detlef reconheceu imediatamente que o que estava lendo era verdade, e começou a estudar a Bíblia com as Testemunhas. Isso mudou totalmente o seu modo de vida. Desde 1996, ele é uma Testemunha de Jeová zelosa.

Siegfried, ex-punker, era um grande amigo de Thomas, o jovem que foi morto. Algum tempo depois, Siegfried também se tornou Testemunha de Jeová e agora é ancião congregacional. Quando Siegfried visitou a congregação de Detlef para proferir um discurso bíblico (de vez em quando a mãe de Thomas também assiste as reuniões ali), Detlef convidou-o para almoçar. Uns dez anos antes, teria sido difícil controlar o ódio que sentiam um pelo outro. Hoje é visível que se amam como irmãos.

Detlef e Siegfried aguardam com expectativa receber Thomas de volta para a vida num paraíso terrestre. Detlef diz: “Choro só de pensar nisso. Estou muito arrependido do que fiz.” Eles desejam ajudar Thomas a conhecer a Jeová e a se alegrar com a esperança que a Bíblia dá, assim como têm ajudado outros hoje.

Sem dúvida, esse é o poder da Palavra de Deus!

* Os nomes foram mudados.

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quarta-feira, 2 de março de 2011

Existe solução para a morte?


 
Existe solução para a morte?

Morte
Uma realidade terrível!


“DESDE o momento do nascimento há a constante possibilidade de que o ser humano morra a qualquer momento; e esta possibilidade inevitavelmente se tornará um fato consumado”, escreveu o historiador britânico Arnold Toynbee. E, de fato, ficamos muito tristes quando a morte leva um parente querido ou um amigo achegado.

Já por milênios a morte tem sido uma realidade terrível para a humanidade. Quando morre alguém querido, somos invadidos por um sentimento de impotência. Ninguém está livre de passar por essa dor. Um ensaísta do século 19 escreveu: “A tristeza faz com que todos voltemos a ser crianças; destrói todas as diferenças intelectuais. O mais sábio nada sabe.” Nós nos tornamos como criancinhas, indefesas e incapazes de mudar a situação. Nem riquezas nem poder são capazes de recuperar essa perda. Os sábios e os intelectuais não têm respostas. Tanto os mais fortes quanto os mais frágeis pranteiam.

O Rei Davi do Israel antigo passou por essa angústia quando seu filho Absalão morreu. Ao saber disso, o rei começou a chorar e a exclamar: “Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Oh! que eu, eu mesmo, tivesse morrido em teu lugar, Absalão, meu filho, meu filho!” (2 Samuel 18:33) Um grande rei que havia vencido inimigos poderosos não podia fazer nada a não ser desejar que ele mesmo tivesse sido derrotado às mãos do “último inimigo, a morte”, no lugar do seu filho. — 1 Coríntios 15:26.

Existe solução para a morte? Se existir, que esperança há para os que já morreram? Será que as pessoas que amamos voltarão a viver? O próximo artigo fornece respostas bíblicas a essas perguntas.



A única solução


UM HOMEM chamado Lázaro e suas irmãs, Marta e Maria, moravam em Betânia, uma cidade a 3 quilômetros de Jerusalém. Um dia Lázaro ficou muito doente. Suas irmãs ficaram muito aflitas e logo mandaram chamar Jesus, seu amigo, que não estava na cidade. Depois de saber das notícias, Jesus partiu para Betânia a fim de ver Lázaro. Durante a viagem, ele disse a seus discípulos que estava indo para acordar Lázaro do sono. Como os discípulos não entenderam logo o que Jesus queria dizer, ele explicou: “Lázaro morreu.” — João 11:1-14.

Quando chegou ao túmulo de Lázaro, Jesus pediu que a pedra na entrada fosse removida. Depois de orar em voz alta, ele ordenou: “Lázaro, vem para fora!” E Lázaro saiu. Aquele homem que estivera morto por quatro dias foi ressuscitado. — João 11:38-44.

Jesus ressuscitando Lázaro
O relato sobre Lázaro mostra que a ressurreição é com certeza a solução para a morte. Mas será que o milagre de Lázaro voltar a viver aconteceu mesmo? A Bíblia apresenta isso como um fato. Leia o relato de João 11:1-44 e veja como os detalhes são bem reais. Você acha que isso não aconteceu? Se esse for o caso, talvez encontre motivos para questionar a veracidade de todos os outros milagres registrados na Bíblia, incluindo a ressurreição do próprio Jesus Cristo. E “se Cristo não foi levantado”, diz a Bíblia, ‘a sua fé é inútil’. (1 Coríntios 15:17) A ressurreição é um ensinamento bíblico fundamental. (Hebreus 6:1, 2) No entanto, o que significa a palavra “ressurreição”?

O que se quer dizer com “ressurreição”?

Nas Escrituras Gregas Cristãs, a palavra “ressurreição” ocorre mais de 40 vezes. É a tradução de uma palavra grega que significa literalmente “ficar de pé de novo”. O significado da expressão correspondente no hebraico é “revivificação dos mortos”. Mas depois que a pessoa morre, o que é ressuscitado? Não pode ser o corpo, pois ele se decompõe e volta ao pó do solo. O que é ressuscitado não é o mesmo corpo, mas sim a mesma pessoa que morreu. Portanto, a ressurreição envolve a restauração do padrão da vida — a personalidade, o histórico e todos os detalhes da identidade da pessoa.

Jeová Deus, cuja memória é perfeita, não tem nenhuma dificuldade de se lembrar do padrão da vida dos que já morreram. (Isaías 40:26) Sendo o Originador da vida, ele pode facilmente ressuscitar a mesma pessoa com um novo corpo. (Salmo 36:9) Além disso, a Bíblia declara que Jeová sente “saudades” dos que já morreram; isso indica que ele tem um desejo sincero de ressuscitá-los. (Jó 14:14, 15) Ficamos muito contentes de saber que Jeová não só tem a capacidade de trazer a pessoa de volta à vida, mas também o desejo de fazer isso.

Jesus Cristo também tem um papel fundamental na ressurreição. Cerca de um ano após iniciar seu ministério, ele disse: “Assim como o Pai levanta os mortos e os faz viver, assim também o Filho faz viver os que ele quer.” (João 5:21) Percebeu como o relato sobre Lázaro mostra que Jesus tem o poder e também o desejo de ressuscitar os mortos?

E que dizer da idéia de que alguma coisa dentro de nós continua viva após a morte? Na verdade, o ensino da ressurreição e a idéia da imortalidade da alma ou do espírito são incompatíveis. Se algo dentro de nós sobrevivesse à morte, para que a ressurreição? Marta, irmã de Lázaro, não acreditava que depois de morto seu irmão continuava existindo num mundo espiritual. Ela acreditava na ressurreição. Quando Jesus garantiu a ela, “teu irmão se levantará”, Marta disse: “Sei que ele se levantará na ressurreição, no último dia.” (João 11:23, 24) E depois de ressuscitado, Lázaro não mencionou nada sobre vida após a morte. Ele tinha estado morto. “Os mortos . . . não estão cônscios de absolutamente nada”, declara a Bíblia. “Não há trabalho, nem planejamento, nem conhecimento, nem sabedoria no Seol [a sepultura comum da humanidade], o lugar para onde vais.” — Eclesiastes 9:510.
Assim, segundo a Bíblia, a única solução para a morte é a ressurreição. Mas entre as muitas pessoas que já morreram, quem será ressuscitado e onde?

Quem será ressuscitado?

Jesus disse: “Vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz [de Jesus] e sairão.” (João 5:28, 29) De acordo com essa promessa os que estão nos túmulos memoriais, ou seja, na memória de Jeová, serão ressuscitados. Agora a pergunta é: entre todos os que já morreram, quem está realmente na memória de Jeová aguardando a ressurreição?

O capítulo 11 do livro bíblico de Hebreus alista por nome homens e mulheres que serviram a Deus fielmente. Esses, bem como os servos fiéis de Deus que morreram em anos recentes, estarão entre os ressuscitados. Mas que dizer das pessoas que não viveram segundo os padrões de justiça de Deus, talvez por falta de conhecimento? Será que também estão na memória de Deus? Sim, muitas estão, pois a Bíblia promete: “Há de haver uma ressurreição tanto de justos como de injustos.” — Atos 24:15.

No entanto, nem todos os que já viveram serão ressuscitados. “Se praticarmos o pecado deliberadamente, depois de termos recebido o conhecimento exato da verdade, não há mais nenhum sacrifício pelos pecados, mas há uma certa expectativa terrível de julgamento”, diz a Bíblia. (Hebreus 10:26, 27) Alguns cometeram pecados que não têm perdão. Essas pessoas não estão no Hades (a sepultura comum da humanidade) mas sim na Geena, um lugar simbólico de destruição eterna. (Mateus 23:33) Mas devemos ter cuidado para não julgar se determinada pessoa será ressuscitada ou não. Esse julgamento cabe a Deus. Ele sabe quem está no Hades e quem está na Geena. O que cabe a nós é viver de acordo com a vontade de Deus.

Quem é ressuscitado para a vida nos céus?

A ressurreição mais notável foi a de Jesus Cristo. Ele foi “morto na carne, mas vivificado no espírito”. (1 Pedro 3:18) Nenhum humano jamais havia sido ressuscitado dessa forma antes. O próprio Jesus disse: “Nenhum homem ascendeu ao céu, senão aquele que desceu do céu, o Filho do homem.” (João 3:13) De fato, o Filho do homem foi o primeiro a ser ressuscitado como pessoa espiritual. (Atos 26:23) Também outros seriam ressuscitados dessa forma. As Escrituras declaram: “Cada um na sua própria categoria: Cristo, as primícias, depois os que pertencem a Cristo durante a sua presença.” — 1 Coríntios 15:23.

Um pequeno grupo de pessoas — “os que pertencem a Cristo” — são ressuscitados para a vida no céu com um objetivo especial. (Romanos 6:5) Participarão com Cristo em “reinar sobre a terra”. (Revelação [Apocalipse] 5:9, 10) Eles também servirão como sacerdotes, visto que participarão em remover os efeitos do pecado que a humanidade herdou do primeiro homem, Adão. (Romanos 5:12) O número dos que governarão com Cristo como reis e sacerdotes é 144.000. (Revelação 14:13) Que tipo de corpo eles recebem ao ser ressuscitados? Um “corpo espiritual”, diz a Bíblia. Isso torna possível que vivam no céu. — 1 Coríntios 15:35, 38, 42-45.

Quando se dá a ressurreição para o céu? ‘Durante a presença [de Cristo]’, diz 1 Coríntios 15:23. Os acontecimentos mundiais desde 1914 mostram claramente que não só a presença de Cristo, mas também a “terminação do sistema de coisas” começaram naquele ano. (Mateus 24:3-7) Assim, há motivos para se concluir que a ressurreição celestial de cristãos fiéis já começou, embora ocorra de forma invisível aos humanos. Isso significa que tanto os apóstolos como os primeiros cristãos já foram ressuscitados para viver no céu. Mas que dizer dos cristãos que ainda estão vivos e têm a esperança certa, dada por Deus, de que governarão com Cristo nos céus? Esses são levantados “num piscar de olhos”, ou imediatamente após a sua morte. (1 Coríntios 15:52) A ressurreição do pequeno grupo de 144.000 é chamada de “a ressurreição a ocorrer mais cedo” e “primeira ressurreição” porque se dá antes da ressurreição dos muitos que viverão na Terra. — Filipenses 3:11; Revelação 20:6
A maioria dos que morreram serão ressuscitados para viver na Terra
Uma mãe abraçando seu filho que foi ressuscitado

Quem será ressuscitado para a vida na Terra?

Segundo as Escrituras, a grande maioria dos que morreram serão trazidos de volta à vida na Terra. (Salmo 37:29; Mateus 6:10) Descrevendo a visão magnífica que teve dos ressuscitados, o apóstolo João escreveu: “O mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles, e foram julgados individualmente segundo as suas ações. E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo.” (Revelação 20:11-14) Os que estão no Hades, ou Seol — a sepultura comum da humanidade —, estão na memória de Deus. Todos esses serão libertados das garras da morte. (Salmo 16:10; Atos 2:31) Cada um será julgado de acordo com as ações que praticar após ter sido ressuscitado. O que acontecerá depois com a morte e com o Hades? Serão lançados “no lago de fogo”. Isso significa que a morte herdada de Adão não mais afetará os humanos.

Pense na feliz perspectiva que a promessa da ressurreição apresenta aos que perderam alguém querido na morte. Por exemplo, quanta alegria a viúva de Naim deve ter sentido quando Jesus ressuscitou seu filho único! (Lucas 7:11-17) E sobre os pais de uma menina de 12 anos que Jesus ressuscitou, a Bíblia diz: “Eles ficaram logo fora de si com grande êxtase.” (Marcos 5:21-24, 35-42; Lucas 8:40-42, 49-56) No novo mundo prometido por Deus, será uma alegria imensa poder receber de volta as pessoas que amamos.

De que maneira somos afetados por saber a verdade sobre a ressurreição? A Enciclopédia Delta Universal diz: “A maioria das pessoas teme a morte e procura evitar pensamentos com ela relacionados.” Por quê? Porque para a maioria das pessoas, a morte é um mistério, algo a ser temido. Por saber a verdade sobre a condição dos mortos e ter a esperança da ressurreição ficamos com coragem quando nos deparamos com o “último inimigo, a morte”. (1 Coríntios 15:26) Isso também torna mais fácil suportar a dor causada pela morte de um amigo íntimo ou de um parente

Quando começará a ressurreição para a vida na Terra? Hoje a Terra está cheia de violência, conflitos, derramamento de sangue e poluição. Se os mortos voltassem a viver num mundo assim, certamente a sua felicidade duraria pouco. No entanto, o Criador prometeu que em breve acabará com este mundo controlado por Satanás. (Provérbios 2:21, 22; Daniel 2:44; 1 João 5:19) O propósito de Deus para a Terra está prestes a se cumprir. Daí, no pacífico novo mundo que Deus estabelecerá, bilhões de pessoas que agora estão dormindo na morte voltarão a viver.