quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Como construir um casamento feliz

“O homem . . . tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” — GÊNESIS 2:24.



O NOSSO Criador, Jeová Deus, instituiu o casamento como uma união permanente entre um homem e uma mulher. Gênesis 2:1822-24 diz: “Jeová Deus prosseguiu, dizendo: ‘Não é bom que o homem continue só. Vou fazer-lhe uma ajudadora como complemento dele.’ E da costela que havia tirado do homem, Jeová Deus passou a construir uma mulher e a trazê-la ao homem. O homem disse então: ‘Esta, por fim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne. Esta será chamada Mulher, porque do homem foi esta tomada.’ Por isso é que o homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.”
De fato, construir um casamento feliz e duradouro não é fácil, mas com certeza é possível. Muitos têm um casamento feliz já por 50, 60 ou mais anos. Como conseguem isso? Eles fazem um esforço contínuo e altruísta para “ganhar a aprovação” da pessoa com quem se casaram. (1 Coríntios 7:33, 34) Isso requer empenho. Se estiver disposto a investir tempo e esforço, você também poderá construir um casamento feliz e duradouro.
Casal lendo a Bíblia juntos Siga a “planta” que se encontra na Bíblia para o projeto do casamento

Siga cuidadosamente a planta

Um empreiteiro de confiança nunca começaria uma construção sem primeiro consultar a planta da obra. Da mesma forma, nós não seremos bem-sucedidos em construir um casamento feliz sem consultarmos com atenção a “planta” de Deus para esse projeto. Ela se encontra nas páginas da Palavra de Deus. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa . . . para endireitar as coisas”, escreveu o apóstolo Paulo. — 2 Timóteo 3:16.
Maridos e esposas podem aprender muito sobre o casamento por considerar como Jesus lidava com seus discípulos. Como assim? Na Bíblia, o relacionamento entre Jesus e aqueles que governarão com ele no céu é comparado ao relacionamento de um homem com sua esposa. (2 Coríntios 11:2) Jesus sempre foi leal aos seus companheiros, mesmo nas épocas mais difíceis. Ele “amou-os até o fim”. (João 13:1) Como líder compassivo, Jesus sempre levava em conta as limitações e as fraquezas dos seus seguidores. Ele nunca exigia deles mais do que podiam fazer ou dar. — João 16:12.
Mesmo quando desapontado com seus amigos mais achegados, Jesus continuava sendo gentil. Ele não os censurava severamente. Pelo contrário, com qualidades sublimes como a humildade e bondade, ele tentava reajustá-los. (Mateus 11:28-30; Marcos 14:34-38; João 13:5-17) Assim, se prestar atenção ao modo terno como Jesus tratava seus seguidores e como eles correspondiam a essa expressão de amor, você aprenderá lições práticas sobre como construir um casamento feliz. — 1 Pedro 2:21.
Homem construindo uma fundação de blocos Faça do amor altruísta e da lealdade a sua fundação sólida

Construa sobre alicerces sólidos

Inevitavelmente, problemas tempestuosos vão se abater sobre a fundação de seu casamento. Isso testará os alicerces de sua relação conjugal. No entanto, o alicerce mais sólido sobre o qual se pode construir um casamento é o compromisso de lealdade baseado no amor. Jesus destacou a importância desse compromisso quando disse: “Ninguém separe o que Deus uniu.” (Mateus 19:6, Bíblia na Linguagem de Hoje) A expressão “ninguém” inclui o homem e sua esposa, que juraram manter fidelidade mútua.
Alguns podem encarar o compromisso como um fardo que tem exigências e custos muito grandes. Atualmente, em geral, prefere-se a conveniência pessoal em vez dos sacrifícios envolvidos num compromisso com alguém.
O que pode ajudar a manter o compromisso marital? O apóstolo Paulo escreveu: “Os maridos devem estar amando as suas esposas como aos seus próprios corpos.” (Efésios 5:28, 29) Portanto, em parte, a palavra “uniu” significa que você se preocupa tanto com o bem-estar do seu cônjuge como com o seu próprio. Pessoas casadas devem mudar seu modo de pensar de “meu” para “nosso”, de “eu” para “nós”.
Superar ataques tempestuosos ao casamento o tornará sábio. Desenvolver tal sabedoria pode resultar em felicidade. “Feliz o homem que achou sabedoria”, declara Provérbios 3:13.

Use materiais à prova de fogo

Casal orando juntos
Desenvolva qualidades espirituais que o ajudem a passar por provas difíceis
Para que uma casa dure e seja segura, ela tem de ser bem construída. Por isso, esteja decidido a edificar seu casamento tendo em vista um futuro duradouro. Use materiais duráveis, que resistam a testes extremos de sua lealdade. Preze como ouro qualidades tais como sabedoria divina, generosidade, discernimento, temor de Deus, carinho, apreço sincero pelas leis de Deus e fé genuína.
Felicidade e satisfação no casamento não são construídas com base em bens materiais ou progresso na vida. Elas são construídas no coração e na mente, e essas características são fortalecidas pelas verdades contidas na Palavra de Deus. A exortação “persista em vigiar quanto a como constrói” também pode se aplicar ao casamento. — 1 Coríntios 3:10.

Quando surgem problemas

Casal conversando Um bom casamento precisa de manutenção
Para que uma construção resista à passagem do tempo, é necessário ter um bom programa de manutenção. Quando marido e esposa sempre apóiam os alvos um do outro, e demonstram honra e respeito mútuo, seu casamento se mantém forte. O egoísmo não cria raízes, e a raiva é mantida sob controle.
A raiva e a frustração profundas e mal-resolvidas podem acabar com o amor e o afeto no casamento. O apóstolo Paulo deu o seguinte conselho aos homens: “Vós, maridos, persisti em amar as vossas esposas e não vos ireis amargamente com elas.” (Colossenses 3:19) O mesmo princípio se aplica às esposas. Quando os dois se esforçam em mostrar consideração, bondade e compreensão, contribuem para a felicidade e contentamento. Evitar confrontos e atitudes hostis contribui para que não haja conflitos quando surgem dificuldades. Paulo incentivou: “Tornai-vos benignos uns para com os outros, ternamente compassivos, perdoando-vos liberalmente uns aos outros.” — Efésios 4:32.
E se sentimentos de incapacidade, frustração ou de ser subestimado o incomodarem? De modo calmo e claro, diga a seu cônjuge o motivo da sua preocupação. No entanto talvez seja melhor que o amor cubra questões pequenas. — 1 Pedro 4:8.
Um marido, que já passou por várias dificuldades durante seus 35 anos de casamento, diz que não importa quanto você esteja irritado com seu cônjuge, nunca deve “parar de falar com ele”. De forma sensata, ele acrescenta: “Nunca pare de amar.”

Você pode construir um casamento feliz!

É verdade que construir um casamento feliz não é fácil. Mas quando o casal está decidido a se esforçar para incluir Deus em sua união, o resultado será felicidade e tranqüilidade. Por isso, dê detida atenção à espiritualidade de sua família; tenha um compromisso sólido com o casamento. E lembre-se que de acordo com as palavras de Jesus, nem o marido nem a esposa recebem todo o crédito por um casamento feliz. O mérito deve ser atribuído principalmente ao Originador do casamento, Jeová Deus. “O que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” — Mateus 19:6.

O que pode lhe ajudar a
construir um casamento feliz?

LEITURA ADICIONAL

O livro O Segredo de Uma Família Feliz, publicado pelas Testemunhas de Jeová, fornece sugestões práticas sobre como construir um casamento feliz e bem-sucedido. Centenas de milhares de casados em todo o mundo descobriram que seus práticos conselhos baseados na Bíblia os ajudam a melhorar a qualidade do seu relacionamento.

http://www.watchtower.org/t/

Pode o casamento resistir à tempestade?

“O que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” — MATEUS 19:6.

 

CASAS que pareciam sólidas foram arrancadas de seus alicerces, suas estruturas completamente destruídas. À medida que tempestades monstruosas em tempos recentes atingiram vastas áreas no mundo todo, a qualidade e a durabilidade de inúmeras construções foram testadas até o limite.
Uma tempestade de outra natureza, porém, está causando grandes estragos na estrutura e nos alicerces da antiga instituição do casamento. “O casamento perdeu sua posição de destaque na vida pessoal e social, seja isso bom ou mau”, declara Stephanie Coontz, especialista em história familiar.
Consegue notar os efeitos dessa tendência? Você sente que o casamento está perdendo o seu lugar de honra na sociedade? Se esse for o caso, por que isso está acontecendo? E que esperança pode alguém ter de garantir ou manter um casamento feliz? Mas, primeiro, o que está colocando o casamento em perigo?

Casamento sob ataque

Os ataques ao casamento não são algo novo; remontam ao começo da história humana. Certas características e atitudes que se desenvolveram nos nossos primeiros pais humanos levaram à crise atual do casamento. Adão e Eva pecaram quando cederam a fortes desejos egoístas e, assim, “entrou o pecado no mundo”. (Romanos 5:12) O registro histórico da Bíblia mostra que, logo depois disso, ‘toda inclinação dos pensamentos do coração do homem passou a ser só má, todo o tempo’. — Gênesis 6:5.
Pouco mudou desde então. Entre as inclinações corrosivas que assolam o casamento está a busca declarada de gratificação pessoal. O próprio casamento pode parecer uma instituição ultrapassada, que deixou de ser viável num mundo moderno sob a forte influência de uma nova moralidade. E o abrandamento das leis que regulam o rompimento de casamentos removeu a maior parte da vergonha anteriormente associada ao divórcio.
“Numa sociedade acostumada com o que é descartável, provavelmente as pessoas terão a mesma atitude para com os relacionamentos.” — SANDRA DAVIS, ESPECIALISTA EM DIREITO DE FAMÍLIA
Pessoas impacientes, que procuram resultados rápidos e gratificação imediata, quase não param para pensar nas conseqüências do divórcio. Atraídas pelas promessas sedutoras de liberdade e independência, acreditam que o divórcio trará felicidade.
Outros, ao enfrentar problemas espinhosos no seu relacionamento, recorrem a terapeutas e a conselheiros matrimoniais ou a livros que tais especialistas escrevem. Infelizmente, alguns modernos “especialistas” nesse assunto têm se mostrado mais a favor de promover o divórcio do que de preservar o casamento. Segundo o livro The Case for Marriage (Em Defesa do Casamento), “talvez pela primeira vez na história da humanidade, o casamento como ideal está sob um ataque contínuo e surpreendentemente bem-sucedido. Às vezes, o ataque é direto e ideológico, partindo de ‘especialistas’ que acreditam que um voto de fidelidade para toda a vida é irrealista ou opressivo”.

Mudança de conceitos

Os conceitos a respeito da natureza e do propósito do casamento também mudaram. Provavelmente você já notou que a importância antes dada a cônjuges leais e apoiadores mudou para casais que querem a satisfação pessoal em primeiro lugar, muitas vezes em prejuízo de seu companheiro. A mudança para esse modo egocêntrico de encarar o casamento “começou na década de 60 e acelerou na de 70”, declara o periódico Journal of Marriage and Family. As razões tradicionais para o casamento — como o desejo de amar e ser amado, de intimidade, de fidelidade, de ter filhos e de ter um senso de realização mútua — enfraqueceram.
Em vários lugares, muitos outros fatores recentes aceleraram a transformação do casamento. Primeiro, os papéis tradicionais do homem como aquele que sustenta a família e da mulher como dona-de-casa mudaram em muitos países. Com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, tem havido um notável aumento de famílias em que tanto a esposa como o marido têm sua carreira. Segundo, a idéia de ter filhos sem ser casado é cada vez mais aceita, e isso tem resultado em mais famílias só com pai ou mãe. Terceiro, tem aumentado o número de pessoas que escolhem morar juntas em vez de se casar. (Veja o quadro “Menos estáveis que os casamentos”.) Quarto, a união de duas pessoas do mesmo sexo e movimentos para que isso seja legalizado têm conseguido ampla aceitação. Será que essas tendências modernas têm influenciado o modo como você encara o casamento?
Homem deixando a mulher com quem vivia

“Menos estáveis que os casamentos”

Muitos casais moram juntos sem o compromisso do casamento. No entanto, segundo um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, tais uniões são ainda “menos estáveis que os casamentos”. Alguns desses casais moram juntos com o objetivo de, antes do casamento, avaliar a sua compatibilidade. Será que isso elimina o risco de duas pessoas incompatíveis se unirem, e melhora os casamentos subseqüentes? De acordo com o periódico Journal of Marriage and Family, as evidências mostram o contrário. “Entre as pessoas que viveram juntas e depois se casaram, há menos prazer conjugal . . . , mais casos de problemas conjugais e . . . a incidência de uniões desfeitas [divórcio] . . . é maior”, diz esse periódico.

Rápido aumento no índice de divórcios

Analisemos agora o que se passa em alguns países para ver como a popularidade do divórcio tem levado a uma deterioração ainda maior do casamento. De acordo com um relatório recente, nos Estados Unidos, “o número de casais divorciados quadruplicou entre 1970 e 1996”. Cerca de 1 em cada 5 adultos já sofreu com os ventos destrutivos do divórcio. Quem são os mais vulneráveis ao fracasso do casamento? As estatísticas mostram que cerca de 60% dos divórcios ocorrem nos primeiros dez anos de casamento.
Em outros países o número de divórcios também tem disparado. Em 2004, o total de divórcios na Inglaterra e no País de Gales chegou a 153.490. Estima-se que cerca de 40% dos casamentos na Austrália terminem em divórcio. Em apenas um ano — de 2002 a 2003 —, a República da Coréia teve um aumento de 21.800 divórcios, elevando o total de casais divorciados para 167.100. O Japão, onde 1 em cada 4 casamentos acaba em divórcio, está se aproximando agora do índice de divórcios da Europa. “No passado, apenas os piores casamentos acabariam em divórcio”, observou um especialista em estudos sobre a família, da Universidade da Cruz Vermelha do Japão. “Agora isso se tornou uma simples questão de estilo de vida.”
Em muitos países, antigas instituições religiosas e tradições sociais contribuíam para a estabilidade no casamento. No entanto, elas já não conseguem deter a crescente onda de aceitação social do divórcio. Por exemplo, considere a Igreja Católica Romana que encara o casamento como algo sagrado. Em 1983, a Igreja abrandou suas regras em relação à união marital, tornando mais fácil para os católicos terminar o casamento. Assim, desde então, aumentaram as anulações de matrimônios.
Casal de idosos tendo um desentendimento

Longevidade e casamento

Hoje em dia as pessoas vivem mais tempo. Mas mesmo esse fato positivo tem provocado mais estresse no casamento. Atualmente, o divórcio acaba com muitos casamentos que a morte teria acabado no passado. Considere um fenômeno estranho que está afligindo mulheres japonesas casadas por muito tempo. De acordo com o The Washington Post, os especialistas o chamam de “RHS”, ou “síndrome do marido aposentado”. Recordando-se de quando seu marido se aposentou, uma mulher, que havia sido casada por 40 anos, disse que naquela época ela pensou: “Vou ter de me divorciar dele agora. Já era ruim ser sua empregada quando ele chegava do trabalho. Mas tê-lo em casa o tempo todo era mais do que eu conseguia agüentar.”
Obviamente, os laços que mantêm o casamento estão se desfazendo. Mas nem todos os motivos são evidentes. De fato, além da degradação geral da sociedade, há uma outra grande causa para o aumento de casamentos que fracassam. Essa causa não é notada pela maioria da humanidade.

A causa por trás da tempestade

A Bíblia nos diz que Satanás, o Diabo, o exemplo máximo do egoísmo, tem exercido uma crescente influência invisível e maligna sobre o mundo. Por que isso acontece? Visto que foi lançado dos céus para a vizinhança da Terra, ele está com muita raiva. Na verdade, está determinado a causar tantos “ais”, ou problemas, quanto possível, e a instituição divina do casamento é apenas um dos alvos da ira maligna de Satanás. — Revelação (Apocalipse) 12:912.
Referindo-se ao tempo após a expulsão de Satanás dos céus, Jesus disse: “Por causa do aumento do que é contra a lei, o amor da maioria se esfriará.” (Mateus 24:12) De maneira similar, o apóstolo Paulo escreveu: ‘As pessoas serão amantes de si mesmas, amantes do dinheiro, pretensiosas, soberbas, blasfemadoras, desobedientes aos pais, ingratas, desleais, sem afeição natural [ou à família], não dispostas a acordos, caluniadoras, sem autodomínio, ferozes, sem amor à bondade, traidoras, teimosas, enfunadas de orgulho, mais amantes de prazeres do que amantes de Deus.’ (2 Timóteo 3:2-4) Essas características repugnantes sempre existiram até certo ponto, mas como a maioria das pessoas reconhece, elas se tornaram muito mais evidentes em tempos recentes.
Considerando a tempestade que se abate sobre a instituição do casamento, o que podemos fazer para nos proteger e para ter um casamento realmente feliz e duradouro? O próximo artigo examinará essa questão. Clique aqui para ver o proximo artigo.

http://www.watchtower.org/t/

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Será que o Diabo existe?

Você acha que o DIABO é uma pessoa real?

 


QUAL é sua opinião a respeito do Diabo? Encara-o como personagem real que tenta as pessoas a fazer coisas erradas, ou acha que ele representa apenas o princípio do mal? É preciso temer o Diabo, ou ele deve ser descartado como mera superstição ou irrealidade mitológica? Será que a palavra “diabo” se refere a alguma destrutiva força abstrata no Universo? Poderia o termo ser um mero símbolo do mal inerente nos humanos, como dizem muitos teólogos modernos?
Não é de admirar que a humanidade esteja dividida na questão de quem é o Diabo. Imagine como pode ser difícil descobrir a identidade real de alguém que é mestre do engano! Ainda mais quando ele está decidido a se ocultar atrás de uma máscara. A Bíblia descreve o Diabo como sendo esse tipo de personagem. Referindo-se a ele como Satanás, ela diz: “[Ele] persiste em transformar-se em anjo de luz.” (2 Coríntios 11:14) Embora seja mau, o Diabo se apresenta como bom para enganar outros. E, se consegue fazer as pessoas crer que ele simplesmente não existe, tanto melhor para ele.
Na realidade, então, quem é o Diabo? Quando e como veio a existir? Como influencia a humanidade hoje? O que podemos fazer, se é que podemos fazer alguma coisa, para resistir à sua influência? A Bíblia contém a história verdadeira a respeito do Diabo desde o princípio dele, e fornece respostas corretas a essas perguntas.




AS ESCRITURAS apresentam o Diabo como personagem real. Ele é invisível aos olhos humanos pelo mesmo motivo que Deus é invisível. Segundo a Bíblia, “Deus é espírito”. (João 4:24) O Diabo é uma criatura espiritual, mas, diferentemente do Criador, ele teve começo.

Bem antes de criar os humanos, Jeová criou muitas criaturas espirituais. (Jó 38:47) A Bíblia as chama de anjos. (Hebreus 1:13, 14) Deus os criou perfeitos — nenhum deles era um diabo ou tinha algum traço maligno. Como, então, veio a existir o Diabo? A palavra “diabo” significa “caluniador”, referindo-se a alguém que de maneira maldosa mente a respeito de outros. “Satanás” significa “Opositor”, ou rival. Assim como um homem antes honesto torna-se ladrão quando rouba, um dos filhos espirituais perfeitos de Deus cedeu a um desejo errado e fez de si mesmo Satanás, o Diabo. A Bíblia explica da seguinte maneira o processo de autocorrupção: “Cada um é provado por ser provocado e engodado pelo seu próprio desejo. Então o desejo, tendo-se tornado fértil, dá à luz o pecado; o pecado, por sua vez, tendo sido consumado, produz a morte.” — Tiago 1:14, 15.


Foi isso o que aconteceu. Quando Jeová criou o primeiro casal humano, Adão e Eva, o anjo que estava prestes a se rebelar contra Deus observava os acontecimentos. Ele sabia que Jeová ordenara a Adão e Eva que povoassem a Terra com pessoas justas, que adorariam o Criador. (Gênesis 1:28) Esse anjo viu nisso uma possibilidade de ganhar honra e importância. Movido pela ganância, ele cobiçou o que só pertence ao Criador — a adoração de humanos. Em vez de rejeitar tal desejo impróprio, esse filho espiritual de Deus o cultivou até gerar uma mentira e, depois, a rebelião. Veja o que ele fez.


O anjo rebelde usou uma serpente para falar com a primeira mulher, Eva. A serpente perguntou-lhe: “É realmente assim que Deus disse, que não deveis comer de toda árvore do jardim?” Quando Eva citou o mandamento de Deus e a penalidade pela desobediência, a serpente declarou: “Positivamente não morrereis. 
Porque Deus sabe que, no mesmo dia em que comerdes [do fruto da árvore que está no meio do jardim], forçosamente se abrirão os vossos olhos e forçosamente sereis como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.” (Gênesis 3:1-5) A alegação era que Deus não havia dito a verdade a Adão e Eva. Por comer do fruto daquela árvore, Eva supostamente se tornaria como Deus, com autoridade para decidir o que era bom e o que era mau. Essa foi a primeira mentira já proferida. Por falar essa mentira, esse anjo tornou-se um caluniador e também opositor de Deus. A Bíblia identifica esse inimigo de Deus como “serpente original, o chamado Diabo e Satanás”. — Revelação (Apocalipse) 12:9.

“Sede vigilantes”

O resultado da mentira que o Diabo contou a Eva saiu do jeito que ele queria. A Bíblia diz: “A mulher viu que a árvore era boa para alimento e que era algo para os olhos anelarem, sim, a árvore era desejável para se contemplar. De modo que começou a tomar do seu fruto e a comê-lo. Depois deu também dele a seu esposo, quando estava com ela, e ele começou a comê-lo.” (Gênesis 3:6) Eva acreditou em Satanás e desobedeceu a Deus. Ela conseguiu que Adão também violasse a lei de Deus. Assim, o Diabo conseguiu que o primeiro casal humano se rebelasse contra Deus. Desde então, Satanás exerce uma influência invisível sobre os assuntos humanos. Seu objetivo? Fazer com que as pessoas deixem de adorar a Deus para adorar a ele. (Mateus 4:8, 9) Portanto, com bons motivos, as Escrituras alertam: “Mantende os vossos sentidos, sede vigilantes. Vosso adversário, o Diabo, anda em volta como leão que ruge, procurando a quem devorar.” — 1 Pedro 5:8.


Leão A Bíblia retrata claramente o Diabo como pessoa espiritual real — um anjo que se tornou corrupto e perigoso. O primeiro passo essencial para nos manter vigilantes é reconhecer que ele existe. No entanto, há mais envolvido em manter os nossos sentidos e permanecer vigilantes. É vital também não desconhecer os “desígnios” de Satanás e seus métodos para desencaminhar as pessoas. (2 Coríntios 2:11) Quais são as suas tramas? E como resistir a elas?

O Diabo explora uma necessidade inerente nos humanos

O Diabo observa os humanos desde a criação da humanidade. Ele conhece a natureza humana — suas necessidades, interesses e desejos. Sabendo também que os humanos foram criados com uma necessidade espiritual, ele astutamente explora essa necessidade. Como? Por alimentar a humanidade com falsidades religiosas. (João 8:44) Muitos ensinos religiosos sobre Deus são contraditórios e confusos. Aos objetivos de quem você acha que eles servem? Os ensinos contraditórios não podem ser todos verdadeiros. Não é possível, então, que muitos dos ensinos religiosos sejam especificamente programados e usados por Satanás para desencaminhar as pessoas? De fato, a Bíblia refere-se a ele como “deus deste sistema”, que cega a mente das pessoas. — 2 Coríntios 4:4.


A verdade divina serve de proteção contra enganos religiosos. A Bíblia compara a verdade da Palavra de Deus ao cinturão que os soldados da antiguidade usavam para proteger os lombos. (Efésios 6:14) Se você adquire conhecimento da Bíblia e vive estritamente de acordo com sua mensagem, como se estivesse cingido com ela, a Palavra de Deus o protege contra ser enganado por mentiras e erros religiosos.


A inclinação espiritual dos humanos leva-os a explorar o desconhecido. Isso os expõe a outro artifício de Satanás. Aproveitando a curiosidade do homem sobre o desconhecido e o misterioso, Satanás tem usado o espiritismo para trazer muitos sob seu controle. Como o caçador que usa a isca para atrair a presa, Satanás usa artifícios como adivinhação, astrologia, hipnotismo, feitiçaria, quiromancia e magia para atrair e enganar pessoas ao redor do mundo. — Levítico 19:31; Salmo 119:110.


Como evitar ser enlaçado pelo espiritismo? Deuteronômio 18:10-12 diz: “Não se deve achar em ti alguém que faça seu filho ou sua filha passar pelo fogo, alguém que empregue adivinhação, algum praticante de magia ou quem procure presságios, ou um feiticeiro, ou alguém que prenda outros com encantamento, ou alguém que vá consultar um médium espírita, ou um prognosticador profissional de eventos, ou alguém que consulte os mortos. Pois, todo aquele que faz tais coisas é algo detestável para Jeová, e é por causa destas coisas detestáveis que Jeová, teu Deus, as expulsa de diante de ti.”


Primeiros cristãos queimando livros de artes mágicas 
Os que se tornaram cristãos queimaram seus livros sobre espiritismo
O conselho das Escrituras é direto: não ter nada a ver com o espiritismo. E se a pessoa pratica algum tipo de espiritismo e deseja parar? Ela pode imitar os primeiros cristãos na cidade de Éfeso. Quando aceitaram “a palavra de Jeová”, diz a Bíblia, “um número considerável dos que haviam praticado artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram diante de todos”. Esses livros eram caros. Valiam 50 mil moedas de prata. (Atos 19:19, 20) Mesmo assim, os cristãos em Éfeso não hesitaram em destruí-los.

Satanás se aproveita das fraquezas humanas

Um anjo perfeito tornou-se Satanás, o Diabo, porque cedeu ao desejo de autoglorificação. Ele também despertou em Eva o anseio orgulhoso e egoísta de ser como Deus. Hoje, Satanás controla muitas pessoas por estimular nelas o orgulho. Por exemplo, alguns acham que sua raça, grupo étnico ou nacionalidade é melhor do que a de outros. Que contraste com o que a Palavra de Deus ensina! (Atos 10:34, 35) A Bíblia diz claramente: “[Deus] fez de um só homem toda nação dos homens.” — Atos 17:26.


Uma boa defesa contra os apelos de Satanás ao orgulho é a humildade. A Bíblia nos aconselha a ‘não pensar mais de nós mesmos do que é necessário pensar’. (Romanos 12:3) “Deus opõe-se aos soberbos, mas dá benignidade imerecida aos humildes”, diz ela. (Tiago 4:6) Um bom modo de resistir aos esforços de Satanás é manifestar na nossa vida pessoal a humildade e outras qualidades que Deus aprova.


O Diabo também explora avidamente a fraqueza humana de ceder a desejos sensuais impróprios. O propósito de Jeová era que os humanos tivessem prazer na vida. Os desejos que são satisfeitos dentro dos limites da vontade divina resultam em felicidade genuína. Mas Satanás tenta os humanos a satisfazer seus desejos ardentes de modo imoral. (1 Coríntios 6:9, 10) É muito melhor manter a mente voltada para coisas castas e puras. (Filipenses 4:8) Isso nos ajuda a controlar com firmeza os pensamentos e as emoções.

Continue a resistir ao Diabo

É possível resistir ao Diabo? Sim, é possível. A Bíblia garante: “Oponde-vos ao Diabo, e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7) No entanto, mesmo que você se oponha a Satanás, ele não vai desistir imediatamente. Também não vai parar de tentar causar-lhe dano no futuro, à medida que você adquire conhecimento sobre Deus. Ele voltará em “outra ocasião conveniente”. (Lucas 4:13) Mas não é preciso ter medo dele. Se continuar lhe resistindo, Satanás não conseguirá desviá-lo do Deus verdadeiro.


Para resistir ao Diabo, porém, é preciso saber quem ele é e que métodos usa para enganar as pessoas. É preciso conhecer também as possíveis defesas contra suas tramas. Só existe uma fonte confiável para se saber isso: a Palavra de Deus, a Bíblia. Portanto, seja firme na sua decisão de estudar as Escrituras inspiradas e pôr em prática o que aprende. As Testemunhas de Jeová na sua localidade terão prazer em ajudá-lo gratuitamente a realizar tal estudo numa hora conveniente para você. Entre em contato com elas, ou escreva aos editores desta revista.


Ao decidir estudar a Bíblia, é preciso dar-se conta de que Satanás pode usar a oposição ou a perseguição para fazê-lo desistir de aprender as verdades da Palavra de Deus. Alguns entes queridos talvez se irritem porque você estuda a Bíblia. Talvez porque não conheçam as verdades maravilhosas contidas nela. Outros talvez zombem de você. Mas será que ceder a tais pressões agrada a Deus? O Diabo quer que você desista de aprender sobre o Deus verdadeiro. Por que deixaria Satanás vencer? (Mateus 10:34-39) Você não lhe deve nada. A Jeová você deve a própria vida. Portanto, resista ao Diabo e ‘alegre o coração de Jeová’. — Provérbios 27:11.


Esteja decidido a estudar a Bíblia
Homem recebendo um estudo bíblico 
http://watchtower.org/t/

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O divórcio é a solução?

O divórcio é a solução?

“NÃO AGUENTO MAIS!”

Uma casa em ruínas

Uma casa caindo aos pedaços indica falta de cuidado. Ao longo dos anos, ela enfrentou muitas tempestades, mas nem todas com sucesso. Agora a estrutura está frágil e parece que vai desmoronar a qualquer momento.
ESSA situação descreve o estado de muitos casamentos hoje em dia. Já sentiu alguma vez que seu casamento estava chegando a esse ponto? Em caso afirmativo, tenha certeza de que nenhum casal está livre de problemas. A Bíblia é realista em admitir que quando alguém se casa provavelmente terá “muitas dificuldades”. — 1 Coríntios 7:28, Nova Versão Internacional.
Provando que isso é realmente assim, uma equipe de pesquisadores descreveu o casamento como “o empreendimento mais arriscado no qual a maioria das pessoas de nossa sociedade se envolve de forma rotineira”. Eles também disseram: “O que começa como uma relação de grande alegria e esperança pode se tornar o empenho mais frustrante e doloroso na vida de alguém.”
O que dizer do seu casamento? Está sendo afetado por um ou mais dos pontos abaixo?
  • Discussões constantes
  • Linguagem ofensiva
  • Infidelidade
  • Ressentimento
Se o seu casamento parece frágil e prestes a desmoronar, o que você deve fazer? Será que o divórcio é a solução?

ANTES INCOMUM, HOJE CORRIQUEIRO

Um homem e uma mulher


Em alguns países, o divórcio aumentou vertiginosamente. Nos Estados Unidos, por exemplo, o divórcio foi relativamente incomum por muitos anos. Depois de 1960, segundo Barbara Dafoe Whitehead em seu livro The Divorce Culture (A Cultura do Divórcio), “os casos de divórcio aumentaram num ritmo impressionante”. Ela diz: “O número dobrou no período de cerca de dez anos e continuou aumentando até o início da década de 80, quando ficou estabilizado no maior nível entre as sociedades ocidentais modernas. Em resultado desse aumento repentino e constante, o divórcio passou a ser algo corriqueiro na vida americana num período de três décadas.”


QUATRO COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O DIVÓRCIO

Um casal pensando em divórcio


Depois de avaliar os danos, os proprietários podem escolher demolir a casa ou recuperá-la.
ACHA que seu casamento está numa situação similar? Talvez seu cônjuge tenha traído sua confiança ou conflitos constantes tenham roubado a alegria de seu relacionamento. Se isso aconteceu, você talvez diga a si mesmo: ‘Não nos amamos mais’ ou ‘Simplesmente não fomos feitos um para o outro’ ou ainda ‘Não sabíamos o que estávamos fazendo quando nos casamos’. Pode ser que você até esteja pensando em se divorciar.
Antes de se precipitar em acabar com o casamento, pense bem. O divórcio nem sempre acaba com as ansiedades. Pelo contrário, muitas vezes apenas troca uma série de problemas por outra. Em seu livro The Good Enough Teen, sobre como criar filhos adolescentes, o Dr. Brad Sachs alerta: “Casais que estão se separando idealizam o divórcio perfeito — o conflito tempestuoso e sombrio sendo substituído repentina e permanentemente pela brisa refrescante e consoladora da serenidade e da cordialidade. Mas uma condição assim é tão ilusória quanto a ideia de um casamento perfeito.” Então, é importante estar bem informado e encarar o divórcio de forma realística.

A Bíblia e o divórcio

A Bíblia não retrata o divórcio como um assunto de pouca importância. Ela diz que divorciar-se por motivos banais, talvez com o objetivo de se casar com outra pessoa, é algo traiçoeiro e odioso para Jeová Deus. (Malaquias 2:13-16) O casamento é uma união permanente. (Mateus 19:6) Muitos casamentos que foram desfeitos por motivos triviais poderiam ter sido salvos se marido e mulher tivessem sido mais perdoadores. — Mateus 18:21, 22.
Mas a Bíblia permite o divórcio e um novo casamento sob uma condição: relações sexuais fora do casamento. (Mateus 19:9) Assim, se seu cônjuge foi infiel, você tem o direito de terminar o casamento. Outras pessoas não devem influenciar você com suas opiniões, e não é o objetivo deste artigo lhe dizer o que fazer. Afinal, é você que terá de conviver com as consequências; então a decisão é sua. — Gálatas 6:5.
No entanto, a Bíblia declara: “O argucioso considera os seus passos.” (Provérbios 14:15) Assim, mesmo que tenha base bíblica para o divórcio, você deveria pensar seriamente nas consequências de se tomar essa decisão. (1 Coríntios 6:12) “Alguns talvez achem que devem tomar uma decisão rápida”, diz David, na Grã-Bretanha. “Mas, por eu mesmo ter me divorciado, posso dizer que é preciso tempo para avaliar tudo que está envolvido.”*
Analisemos quatro assuntos importantes que merecem sua atenção. Ao fazer isso, note que nenhuma das pessoas divorciadas mencionadas aqui diz ter tomado uma decisão errada. Mas seus comentários destacam alguns dos desafios que muitas vezes aparecem meses ou até anos após o divórcio.

1 Problemas financeiros

Uma mãe revendo suas finanças




Daniella, na Itália, estava casada havia 12 anos quando descobriu que seu marido estava tendo um caso com uma colega de trabalho. “Quando fiquei sabendo”, conta Daniella, “a mulher estava no sexto mês de gravidez”.
Depois de um tempo separados, Daniella resolveu se divorciar. “Eu tentei salvar o casamento, mas meu marido continuou me traindo.” Daniella acha que tomou a decisão correta. Mesmo assim, ela diz: “Assim que nos separamos, minha situação financeira ficou um caos. Às vezes, eu não tinha nem o que comer à noite, apenas bebia um copo de leite.”
Maria, na Espanha, passou por um revés similar. “Meu ex-marido não me dá nenhuma ajuda financeira”, conta ela, “e eu preciso trabalhar bastante para pagar as dívidas que ele deixou. Também tive de me mudar de uma casa confortável para um pequeno apartamento num lugar perigoso”.
Como esses casos mostram, quando um casamento acaba, geralmente são as mulheres que sofrem em sentido financeiro. De fato, um estudo europeu de sete anos revelou que a renda dos homens aumentou 11% depois do divórcio, ao passo que a renda das mulheres diminuiu 17%. Mieke Jansen, responsável pelo estudo, diz: “É difícil para algumas mulheres, porque elas precisam cuidar dos filhos, procurar um emprego e lidar com o trauma emocional do divórcio.” O jornal britânico The Daily Telegraph observou que, de acordo com alguns advogados, esses fatores estão “obrigando as pessoas a pensar duas vezes antes de se separar”.
O que pode acontecer: Se você se divorciar, talvez sua renda fique reduzida. Também pode ser que precise se mudar. Se ficar com a guarda dos filhos, pode ser difícil se sustentar e cuidar adequadamente das necessidades deles. — 1 Timóteo 5:8.

2 Criação dos filhos

“A infidelidade do meu marido foi um grande baque”, conta Jane, na Grã-Bretanha. “Também fiquei arrasada por ele ter nos abandonado.” Jane se divorciou dele. Embora acredite ter tomado a decisão certa, ela admite: “Um desafio que enfrentei foi ter de ser a mãe e o pai dos meus filhos. Tive de tomar todas as decisões sozinha.”
Graciela, uma mãe divorciada na Espanha, passou por uma situação similar. “Fiquei com a guarda unilateral de meu filho de 16 anos”, diz ela. “Mas a adolescência é um período difícil, e eu estava mal preparada para criar meu filho sozinha. Passei dias e noites chorando. Eu me sentia uma péssima mãe.”
Aqueles que compartilham a guarda dos filhos enfrentam um outro problema — negociar com o ex-cônjuge assuntos delicados como visitas, pensão e disciplina dos filhos. Christine, uma mãe divorciada nos Estados Unidos, comenta: “Desenvolver um relacionamento de cooperação com seu ex-marido não é fácil. Há muitos sentimentos envolvidos e, se não tomar cuidado, você pode acabar usando seus filhos como um meio para tentar manipular a situação.”
O que pode acontecer: As decisões tomadas no tribunal referentes à guarda dos filhos talvez não sejam as que você gostaria. Se você compartilha a guarda, seu ex-cônjuge talvez não seja tão sensato como você gostaria nas questões já mencionadas, como visitas, pensão e assim por diante.

“DIREITO BÁSICO DE TODA CRIANÇA”

“Quando eu tinha 5 anos, meus pais se divorciaram porque meu pai teve um caso passageiro com a secretária. No que diz respeito a cuidar de mim, eles fizeram tudo ‘certo’ de acordo com os conceitos da época. Eles me garantiram que, embora não se amassem mais, ainda me amavam. E os dois continuaram a cuidar das minhas necessidades materiais, mesmo depois que meu pai se mudou para um apartamento do outro lado da cidade.
“Dois anos depois, minha mãe se casou de novo e nos mudamos para outro país. Após isso, eu só via meu pai num intervalo de alguns anos. Nos últimos nove anos, eu o vi apenas uma vez. Ele perdeu a maior parte do meu crescimento e só conhece meus três filhos — seus netos — por meio das fotos e cartas que enviei para ele. Eles sentem falta de conhecer o avô.
“Embora meus pais tenham se divorciado, cresci sem problemas aparentes. Mas por dentro tive de lutar contra fortes sentimentos de raiva, depressão e insegurança, sem saber por quê. Perdi toda a confiança nos homens. Foi só quando eu tinha 30 e poucos anos que uma amiga experiente me ajudou a identificar a origem da minha hostilidade, e eu comecei a lutar para me livrar desses sentimentos.
“O divórcio dos meus pais tirou de mim o direito básico de toda criança — sentir-se segura e protegida. O mundo é um lugar frio e assustador, mas acho que a família completa é uma proteção, um lugar onde a criança pode se sentir cuidada e consolada. Sem a família, essa proteção não existe.” — Diane.

3 O efeito do divórcio em você

Mark, na Grã-Bretanha, foi traído pela esposa mais de uma vez. “Na segunda vez”, diz ele, “eu percebi que não conseguiria conviver com a possibilidade de ser traído de novo”. Mark optou pelo divórcio, mas descobriu que ainda a amava. “Quando as pessoas me dizem coisas negativas sobre ela, acham que estão ajudando, mas não estão”, conta ele. “O amor continua por um bom tempo.”
David, já mencionado, também ficou arrasado quando descobriu que sua esposa estava envolvida com outro homem. “A princípio não conseguia acreditar”, conta ele. “Eu realmente queria passar cada dia da minha vida com ela e nossos filhos.” David optou pelo divórcio, mas o rompimento deixou dúvidas quanto ao seu futuro. “Eu me pergunto se alguém poderá me amar de verdade ou se serei traído outra vez se me casar de novo”, comenta ele. “Minha confiança ficou abalada.”
Se você é divorciado, é natural que sinta uma ampla variedade de emoções. Pode ser que ainda sinta amor por essa pessoa com quem teve um relacionamento tão achegado. (Gênesis 2:24) Por outro lado, talvez guarde mágoas por causa do que aconteceu. “Mesmo após alguns anos”, diz Graciela, já mencionada, “você se sente confusa, humilhada e desamparada. Você se lembra de muitos momentos felizes do casamento e pensa: ‘Ele dizia que não conseguiria viver sem mim. Será que estava sempre mentindo? O que deu errado?’”
O que pode acontecer: Talvez você ainda sinta raiva e esteja ressentido por causa do modo como foi maltratado pelo seu cônjuge. Às vezes, a solidão pode ser devastadora. — Provérbios 14:29; 18:1.

4 O efeito do divórcio nos filhos

Crianças tristes




“Foi horrível”, diz José, um pai divorciado na Espanha. “O pior momento foi quando descobri que o outro homem era o marido de minha irmã. Eu simplesmente queria morrer.” José percebeu que seus dois filhos — de 2 e 4 anos — também foram afetados pelo comportamento da mãe. “Eles não conseguiam aceitar a situação”, diz ele. “Eles não entendiam por que sua mãe estava morando com o tio deles e por que tínhamos ido morar com minha irmã e minha mãe. Quando eu precisava ir a algum lugar, eles diziam: ‘Quando você vai voltar para casa?’ ou ‘Papai, não nos abandone!’”
Os filhos costumam ser as vítimas esquecidas na guerra do divórcio. Mas que dizer se pai e mãe simplesmente não se dão bem? Num caso assim, será que o divórcio é mesmo “melhor para os filhos”? Em anos recentes, essa ideia tem sido questionada — principalmente quando os problemas conjugais não são tão graves. O livro The Unexpected Legacy of Divorce (O Inesperado Legado do Divórcio) declara: “Muitos adultos que estão presos num casamento muito infeliz ficariam surpresos de saber que seus filhos estão relativamente satisfeitos. Eles não se importam se a mãe e o pai dormem em camas separadas, desde que a família esteja unida.”
É verdade que as crianças geralmente percebem os conflitos entre pai e mãe, e a tensão conjugal pode afetar a mente e o coração desses filhos tão pequenos. No entanto, pode ser um erro presumir que o divórcio automaticamente será nos melhores interesses deles. “A estrutura proporcionada pelo casamento parece ajudar os pais a manter o tipo de disciplina coerente e moderada à qual os filhos reagem bem, mesmo quando o casamento deixa a desejar”, escreveram Linda J. Waite e Maggie Gallagher no livro The Case for Marriage (Em Defesa do Casamento).
O que pode acontecer: O divórcio pode deixar seus filhos arrasados, principalmente se você não os incentivar a ter um relacionamento sadio com seu ex-cônjuge. — Veja o quadro “Em meio a um fogo cruzado”.
Este artigo analisou quatro fatores que você faria bem em considerar se estiver pensando em se divorciar. Como já foi mencionado, se o seu cônjuge o traiu, é você quem deve tomar uma decisão. Mas, não importa o que decida fazer, você precisa estar ciente das consequências. Saiba quais desafios surgirão e esteja preparado para enfrentá-los.
Depois de pensar no assunto, pode ser que chegue à conclusão de que a melhor saída é se esforçar para melhorar o casamento. Mas será que isso é possível mesmo?

“EM MEIO A UM FOGO CRUZADO”

“Meus pais se divorciaram quando eu tinha 12 anos. Em certo sentido, fiquei aliviada. O ambiente ficou mais calmo em casa; eu não precisava mais ouvir as brigas. Mesmo assim, eu tinha sentimentos conflitantes.
“Após o divórcio, eu queria me dar bem com meu pai e com minha mãe, por isso me esforcei para ficar o mais neutra possível. Mas não importava o que eu fizesse, sempre me sentia em meio a um fogo cruzado. Meu pai falava que minha mãe me colocaria contra ele. Então, eu precisava garantir-lhe constantemente que ela não estava tentando me influenciar. Minha mãe também era muito insegura. Ela dizia que tinha medo de que eu estivesse dando ouvidos às coisas negativas que meu pai falava sobre ela. Cheguei a ponto de achar que não podia contar mais a nenhum dos dois sobre como me sentia, porque não queria magoá-los. Então, dos 12 anos de idade em diante, eu basicamente guardei para mim meus sentimentos em relação ao divórcio deles.” — Sandra.


SEU CASAMENTO PODE SER SALVO?

Um casal feliz


Os proprietários admitem que a casa está em condições precárias, mas decidiram restaurá-la.
GOSTARIA de fazer o mesmo com seu casamento? Em caso afirmativo, por onde começar? Tente as seguintes sugestões.

1 Esteja decidido

Combine com seu cônjuge que vocês vão cooperar um com o outro para restaurar a paz em seu casamento. Que tal escrever as coisas que estão decididos a fazer? Quando há comprometimento por parte dos dois, salvar o casamento se torna um trabalho em equipe. — Eclesiastes 4:9, 10.

2 Identifique o problema

O que foi que interferiu em seu casamento? Numa frase, escreva o que você acha que está faltando ou o que gostaria que mudasse. (Efésios 4:22-24) É possível que o problema identificado por você não seja o mesmo apontado por seu cônjuge.

3 Estabeleça um alvo

Como você gostaria que seu casamento estivesse daqui a seis meses? Que melhoras específicas gostaria de ver? Escreva seu alvo. Por ter uma visão clara do que está faltando em seu casamento, ficará mais fácil alcançar esse alvo. — 1 Coríntios 9:26.

4 Coloque em prática os conselhos bíblicos

Depois de identificar o problema e determinar as melhoras que gostaria de fazer, recorra à Bíblia em busca de conselhos. Seus princípios nunca ficam ultrapassados e funcionam de verdade. (Isaías 48:17; 2 Timóteo 3:17) Por exemplo, a Bíblia incentiva você e seu cônjuge a serem perdoadores. Ela diz que “é beleza . . . passar por alto a transgressão”. — Provérbios 19:11; Efésios 4:32.
Mesmo que a princípio pareça que seus esforços não estão dando certo, não desista! O livro The Case for Marriage comenta os resultados animadores de um estudo: “A verdade é surpreendente: 86% das pessoas casadas que são infelizes, mas que não desistem, descobrem que cinco anos depois estão mais felizes no casamento.” Mesmo casais que se diziam muito infelizes perceberam uma mudança radical na situação.
Pode ser que isso aconteça com você. Os editores deste site, as Testemunhas de Jeová, constataram que a Bíblia dá conselhos práticos para pessoas casadas. Por exemplo, o casamento de muitos melhora quando os cônjuges são bondosos, compreensivos e perdoadores. As esposas aprendem o valor de mostrar um “espírito quieto e brando”, e os maridos sentem os benefícios de não ‘se irar amargamente’ com elas. — 1 Pedro 3:4; Colossenses 3:19.
Esses princípios bíblicos funcionam porque foi o autor da Bíblia, Jeová Deus, quem instituiu o casamento. Que tal pedir às Testemunhas de Jeová mais informações sobre como a Bíblia pode ajudar o seu* casamento?

*  Uma ajuda para as famílias é o livro O Segredo de Uma Família Feliz, de 192 páginas, publicado pelas Testemunhas de Jeová. Para mais informações, escreva para os editores usando um endereço apropriado.


*  Os nomes neste artigo foram mudados.

http://www.watchtower.org/t/201002/article_01.htm