terça-feira, 8 de março de 2011

Milagres fato ou ficção?

Deve crer em milagres? 
 


Milagres
fato ou ficção?


A ATENÇÃO de certo homem foi logo atraída por um adesivo no pára-choque de um carro que dizia: “Milagres Acontecem — Pergunte aos Anjos.” Embora ele fosse religioso, ficou na dúvida sobre o que aquilo queria dizer. Será que o adesivo indicava que o motorista acreditava em milagres? Ou era um comentário sarcástico para indicar que não acreditava nem em milagres nem em anjos?

Talvez lhe interesse saber o que o autor alemão Manfred Barthel observou: “Milagre é uma palavra que logo divide os leitores em dois campos opostos.” Os que acreditam em milagres estão convencidos de que eles não apenas acontecem, mas acontecem com freqüência.* Por exemplo, relata-se que na Grécia durante os últimos anos, muitos alegam que milagres acontecem, em média, uma vez por mês. Isso levou certo bispo da Igreja Ortodoxa Grega a advertir: “Os que acreditam em milagres têm a tendência de atribuir a Deus, a Maria e aos santos características humanas. Tais devotos não deveriam exagerar nessa questão.”

Em alguns países não é muito comum acreditar em milagres. Segundo certa pesquisa realizada na Alemanha em 2002, 71 % dos cidadãos consideravam os milagres como ficção, não como fato. Menos de um terço acreditava em milagres e, entre esses, havia três mulheres que afirmavam ter recebido uma mensagem da Virgem Maria. Poucos meses depois de Maria ter supostamente aparecido a elas — acompanhada de anjos e uma pomba — o jornal alemão Westfalenpost informou: “Até agora, cerca de 50 mil peregrinos em busca de cura, bem como curiosos, têm mostrado interesse especial nas visões dessas mulheres.” E mais 10 mil são esperados no povoado na expectativa de outras aparições. Dizem que a Virgem Maria apareceu também em Lourdes, França, em 1858 e em Fátima, Portugal, em 1917. 


Que dizer das religiões não-cristãs

A crença em milagres é encontrada em quase todas as religiões. The Encyclopedia of Religion (Enciclopédia da Religião) explica que os fundadores do budismo, do cristianismo e do islamismo tinham conceitos diferentes sobre milagres, mas observa: “A história posterior dessas religiões demonstra, sem sombra de dúvidas, que milagres e relatos sobre milagres têm sido parte integrante na vida religiosa do homem.” Essa obra de referência diz que “o próprio Buda algumas vezes realizou milagres”. Mais tarde, quando “o budismo foi levado para a China, seus missionários muitas vezes demonstraram poderes milagrosos”.

Depois de se referir a esses supostos milagres, essa enciclopédia conclui: “Nem todos estão preparados para aceitar todas essas histórias sobre milagres contadas por biógrafos religiosos mas, sem dúvida, elas foram criadas com a boa intenção de glorificar o Buda, que foi capaz de dotar seus zelosos seguidores desses poderes milagrosos.” A mesma fonte diz sobre o islamismo: “A maior parte da comunidade islâmica nunca deixou de esperar milagres. Maomé é apresentado nas tradições (hadīths) como alguém que realizou milagres em público em muitas ocasiões. . . . Acredita-se que mesmo depois que os santos morrem, realizam milagres na própria sepultura em favor dos fiéis, e muitos invocam com fé a intercessão deles.”


Que dizer dos milagres no cristianismo?

Muitos dos que defendem o cristianismo estão divididos em suas opiniões. Alguns aceitam como fatos os relatos bíblicos sobre os milagres realizados por Jesus ou pelos servos de Deus dos tempos pré-cristãos. No entanto, muitos concordam com o Reformador protestante Martinho Lutero. Sobre ele, The Encyclopedia of Religion diz: “Tanto Lutero como Calvino escreveram que a era dos milagres findou e, por isso, as pessoas não deviam mais esperar que eles ocorressem.” A Igreja Católica sustentou sua crença em milagres “sem tentar explicar como eles aconteceram”, diz essa obra de referência. Contudo, “a comunidade protestante acadêmica chegou à conclusão de que a prática do cristianismo era, principalmente, uma questão de moralidade, e que nem Deus nem o mundo espiritual se comunicavam ou influenciavam de forma 

significativa o dia-a-dia do ser humano”.



Outros professos cristãos, incluindo alguns clérigos, duvidam que os milagres mencionados na Bíblia tenham sido reais. Por exemplo, tome o caso do espinheiro ardente, mencionado na Bíblia em Êxodo 3:1-5. O livro What the Bible Really Says (O Que a Bíblia Realmente Diz) explica que vários teólogos alemães não acham que o relato seja de um milagre literal. Em vez disso, eles o interpretam como “um símbolo da luta interior de Moisés contra sentimentos de remorso e intensa dor de consciência”. O livro ainda diz: “As chamas também podem ser vistas como sendo flores que desabrocham repentinamente diante da luz da presença divina, comparada ao Sol.”

Talvez essa explicação não o satisfaça. Então, em que deveria acreditar? Será que é realístico acreditar que os milagres realmente aconteceram? E que dizer dos milagres atuais? Visto que não podemos perguntar aos anjos, a quem podemos perguntar?


O conceito da Bíblia

Ninguém pode negar que a Bíblia relata que, no passado, Deus realizou atos humanamente impossíveis. Lemos sobre ele: “Passaste a tirar teu povo Israel da terra do Egito, com sinais e com milagres, e com mão forte e com braço estendido, e com coisa muito espantosa.” ( Jeremias 32:21) Imagine, a nação mais poderosa daquele tempo foi humilhada por meio de dez pragas enviadas por Deus, o que incluiu a morte do primogênito da nação. Realmente, foram milagres! — Êxodo, capítulos 7 a 14.

Séculos mais tarde, os escritores dos quatro evangelhos descreveram cerca de 35 milagres realizados por Jesus. De fato, tais narrativas sugerem que ele tenha realizado muito mais milagres do que os que foram mencionados. São esses relatos fatos ou ficção?# — Mateus 9:35; Lucas 9:11.

Se a Bíblia é o que ela afirma ser — a Palavra de Deus — então você tem um forte motivo para acreditar nos milagres registrados nela. A Bíblia é clara ao mencionar que no passado ocorreram milagres — curas, ressurreições e coisas assim. Mas ela também é clara em dizer que esses milagres não ocorrem mais. (Veja o quadro “Por que alguns milagres não ocorrem mais”.) Sendo assim, será que os que acreditam na Bíblia não acreditam que hoje em dia ocorram milagres? O próximo artigo responderá isso.

* A palavra “milagre”, usada neste artigo, é definida da seguinte forma por um dicionário bíblico: “Efeitos no mundo físico, que ultrapassam todos os poderes humanos ou naturais conhecidos, e que, portanto, são atribuídos a uma causa sobrenatural.”

# Você poderá analisar as evidências de que a Bíblia é digna de crédito, lendo o livro A Bíblia — Palavra de Deus ou de Homem?, publicado pelas Testemunhas de Jeová.




POR QUE ALGUNS MILAGRES NÃO OCORREM MAIS


A Bíblia menciona diversos tipos de milagres. (Êxodo 7:19-21; 1 Reis 17:1-7; 18:22-38; 2 Reis 5:1-14; Mateus 8:24-27; Lucas 17:11-19; João 2:1-11; 9:1-7) Muitos desses milagres serviram para identificar Jesus como o Messias e provar que ele tinha o apoio de Deus. Os primeiros seguidores de Jesus mostraram dons milagrosos, como falar em línguas e discernir expressões inspiradas. (Atos 2:5-12; 1 Coríntios 12:28-31) No início da congregação cristã, esses dons milagrosos foram úteis. Em que sentido?

Acontece que existiam poucas cópias das Escrituras. Geralmente, apenas os ricos possuíam rolos ou livros. Em terras pagãs não havia nenhum conhecimento sobre a Bíblia ou seu Autor, Jeová. O ensino cristão era transmitido oralmente. O objetivo dos dons milagrosos era mostrar que Deus estava usando a congregação cristã.

Mas Paulo explicou que esses dons cessariam quando não fossem mais necessários. “Quer haja dons de profetizar, serão eliminados; quer haja línguas, cessarão; quer haja conhecimento, será eliminado. Pois temos conhecimento parcial e profetizamos parcialmente; mas, quando chegar o que é completo, será eliminado o que é parcial.” — 1 Coríntios 13:8-10.

Hoje, as pessoas têm acesso a várias traduções da Bíblia, bem como a concordâncias e enciclopédias. Mais de 6 milhões de cristãos habilitados estão ajudando outros a obter conhecimento de Deus baseado na Bíblia. De modo que os milagres não são mais necessários para confirmar que Jesus Cristo é o Libertador designado de Deus ou para fornecer provas de que Jeová está apoiando os seus servos. 


www.watchtower.org/t/

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