quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pode o casamento resistir à tempestade?

“O que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” — MATEUS 19:6.

 

CASAS que pareciam sólidas foram arrancadas de seus alicerces, suas estruturas completamente destruídas. À medida que tempestades monstruosas em tempos recentes atingiram vastas áreas no mundo todo, a qualidade e a durabilidade de inúmeras construções foram testadas até o limite.
Uma tempestade de outra natureza, porém, está causando grandes estragos na estrutura e nos alicerces da antiga instituição do casamento. “O casamento perdeu sua posição de destaque na vida pessoal e social, seja isso bom ou mau”, declara Stephanie Coontz, especialista em história familiar.
Consegue notar os efeitos dessa tendência? Você sente que o casamento está perdendo o seu lugar de honra na sociedade? Se esse for o caso, por que isso está acontecendo? E que esperança pode alguém ter de garantir ou manter um casamento feliz? Mas, primeiro, o que está colocando o casamento em perigo?

Casamento sob ataque

Os ataques ao casamento não são algo novo; remontam ao começo da história humana. Certas características e atitudes que se desenvolveram nos nossos primeiros pais humanos levaram à crise atual do casamento. Adão e Eva pecaram quando cederam a fortes desejos egoístas e, assim, “entrou o pecado no mundo”. (Romanos 5:12) O registro histórico da Bíblia mostra que, logo depois disso, ‘toda inclinação dos pensamentos do coração do homem passou a ser só má, todo o tempo’. — Gênesis 6:5.
Pouco mudou desde então. Entre as inclinações corrosivas que assolam o casamento está a busca declarada de gratificação pessoal. O próprio casamento pode parecer uma instituição ultrapassada, que deixou de ser viável num mundo moderno sob a forte influência de uma nova moralidade. E o abrandamento das leis que regulam o rompimento de casamentos removeu a maior parte da vergonha anteriormente associada ao divórcio.
“Numa sociedade acostumada com o que é descartável, provavelmente as pessoas terão a mesma atitude para com os relacionamentos.” — SANDRA DAVIS, ESPECIALISTA EM DIREITO DE FAMÍLIA
Pessoas impacientes, que procuram resultados rápidos e gratificação imediata, quase não param para pensar nas conseqüências do divórcio. Atraídas pelas promessas sedutoras de liberdade e independência, acreditam que o divórcio trará felicidade.
Outros, ao enfrentar problemas espinhosos no seu relacionamento, recorrem a terapeutas e a conselheiros matrimoniais ou a livros que tais especialistas escrevem. Infelizmente, alguns modernos “especialistas” nesse assunto têm se mostrado mais a favor de promover o divórcio do que de preservar o casamento. Segundo o livro The Case for Marriage (Em Defesa do Casamento), “talvez pela primeira vez na história da humanidade, o casamento como ideal está sob um ataque contínuo e surpreendentemente bem-sucedido. Às vezes, o ataque é direto e ideológico, partindo de ‘especialistas’ que acreditam que um voto de fidelidade para toda a vida é irrealista ou opressivo”.

Mudança de conceitos

Os conceitos a respeito da natureza e do propósito do casamento também mudaram. Provavelmente você já notou que a importância antes dada a cônjuges leais e apoiadores mudou para casais que querem a satisfação pessoal em primeiro lugar, muitas vezes em prejuízo de seu companheiro. A mudança para esse modo egocêntrico de encarar o casamento “começou na década de 60 e acelerou na de 70”, declara o periódico Journal of Marriage and Family. As razões tradicionais para o casamento — como o desejo de amar e ser amado, de intimidade, de fidelidade, de ter filhos e de ter um senso de realização mútua — enfraqueceram.
Em vários lugares, muitos outros fatores recentes aceleraram a transformação do casamento. Primeiro, os papéis tradicionais do homem como aquele que sustenta a família e da mulher como dona-de-casa mudaram em muitos países. Com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, tem havido um notável aumento de famílias em que tanto a esposa como o marido têm sua carreira. Segundo, a idéia de ter filhos sem ser casado é cada vez mais aceita, e isso tem resultado em mais famílias só com pai ou mãe. Terceiro, tem aumentado o número de pessoas que escolhem morar juntas em vez de se casar. (Veja o quadro “Menos estáveis que os casamentos”.) Quarto, a união de duas pessoas do mesmo sexo e movimentos para que isso seja legalizado têm conseguido ampla aceitação. Será que essas tendências modernas têm influenciado o modo como você encara o casamento?
Homem deixando a mulher com quem vivia

“Menos estáveis que os casamentos”

Muitos casais moram juntos sem o compromisso do casamento. No entanto, segundo um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, tais uniões são ainda “menos estáveis que os casamentos”. Alguns desses casais moram juntos com o objetivo de, antes do casamento, avaliar a sua compatibilidade. Será que isso elimina o risco de duas pessoas incompatíveis se unirem, e melhora os casamentos subseqüentes? De acordo com o periódico Journal of Marriage and Family, as evidências mostram o contrário. “Entre as pessoas que viveram juntas e depois se casaram, há menos prazer conjugal . . . , mais casos de problemas conjugais e . . . a incidência de uniões desfeitas [divórcio] . . . é maior”, diz esse periódico.

Rápido aumento no índice de divórcios

Analisemos agora o que se passa em alguns países para ver como a popularidade do divórcio tem levado a uma deterioração ainda maior do casamento. De acordo com um relatório recente, nos Estados Unidos, “o número de casais divorciados quadruplicou entre 1970 e 1996”. Cerca de 1 em cada 5 adultos já sofreu com os ventos destrutivos do divórcio. Quem são os mais vulneráveis ao fracasso do casamento? As estatísticas mostram que cerca de 60% dos divórcios ocorrem nos primeiros dez anos de casamento.
Em outros países o número de divórcios também tem disparado. Em 2004, o total de divórcios na Inglaterra e no País de Gales chegou a 153.490. Estima-se que cerca de 40% dos casamentos na Austrália terminem em divórcio. Em apenas um ano — de 2002 a 2003 —, a República da Coréia teve um aumento de 21.800 divórcios, elevando o total de casais divorciados para 167.100. O Japão, onde 1 em cada 4 casamentos acaba em divórcio, está se aproximando agora do índice de divórcios da Europa. “No passado, apenas os piores casamentos acabariam em divórcio”, observou um especialista em estudos sobre a família, da Universidade da Cruz Vermelha do Japão. “Agora isso se tornou uma simples questão de estilo de vida.”
Em muitos países, antigas instituições religiosas e tradições sociais contribuíam para a estabilidade no casamento. No entanto, elas já não conseguem deter a crescente onda de aceitação social do divórcio. Por exemplo, considere a Igreja Católica Romana que encara o casamento como algo sagrado. Em 1983, a Igreja abrandou suas regras em relação à união marital, tornando mais fácil para os católicos terminar o casamento. Assim, desde então, aumentaram as anulações de matrimônios.
Casal de idosos tendo um desentendimento

Longevidade e casamento

Hoje em dia as pessoas vivem mais tempo. Mas mesmo esse fato positivo tem provocado mais estresse no casamento. Atualmente, o divórcio acaba com muitos casamentos que a morte teria acabado no passado. Considere um fenômeno estranho que está afligindo mulheres japonesas casadas por muito tempo. De acordo com o The Washington Post, os especialistas o chamam de “RHS”, ou “síndrome do marido aposentado”. Recordando-se de quando seu marido se aposentou, uma mulher, que havia sido casada por 40 anos, disse que naquela época ela pensou: “Vou ter de me divorciar dele agora. Já era ruim ser sua empregada quando ele chegava do trabalho. Mas tê-lo em casa o tempo todo era mais do que eu conseguia agüentar.”
Obviamente, os laços que mantêm o casamento estão se desfazendo. Mas nem todos os motivos são evidentes. De fato, além da degradação geral da sociedade, há uma outra grande causa para o aumento de casamentos que fracassam. Essa causa não é notada pela maioria da humanidade.

A causa por trás da tempestade

A Bíblia nos diz que Satanás, o Diabo, o exemplo máximo do egoísmo, tem exercido uma crescente influência invisível e maligna sobre o mundo. Por que isso acontece? Visto que foi lançado dos céus para a vizinhança da Terra, ele está com muita raiva. Na verdade, está determinado a causar tantos “ais”, ou problemas, quanto possível, e a instituição divina do casamento é apenas um dos alvos da ira maligna de Satanás. — Revelação (Apocalipse) 12:912.
Referindo-se ao tempo após a expulsão de Satanás dos céus, Jesus disse: “Por causa do aumento do que é contra a lei, o amor da maioria se esfriará.” (Mateus 24:12) De maneira similar, o apóstolo Paulo escreveu: ‘As pessoas serão amantes de si mesmas, amantes do dinheiro, pretensiosas, soberbas, blasfemadoras, desobedientes aos pais, ingratas, desleais, sem afeição natural [ou à família], não dispostas a acordos, caluniadoras, sem autodomínio, ferozes, sem amor à bondade, traidoras, teimosas, enfunadas de orgulho, mais amantes de prazeres do que amantes de Deus.’ (2 Timóteo 3:2-4) Essas características repugnantes sempre existiram até certo ponto, mas como a maioria das pessoas reconhece, elas se tornaram muito mais evidentes em tempos recentes.
Considerando a tempestade que se abate sobre a instituição do casamento, o que podemos fazer para nos proteger e para ter um casamento realmente feliz e duradouro? O próximo artigo examinará essa questão. Clique aqui para ver o proximo artigo.

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